Luis Nassif, GGN
De onde virá
o novo? Dificilmente de Dilma Rousseff, que não consegue vencer o medo.
Menos ainda de Aécio Neves, um moleque político. Nem de José Serra, um
político que hibernou no início dos anos 90 e acordou no século 21 sem
nada ter aprendido sobre gestão, inovação, políticas sociais, projetos
de desenvolvimento. Lula já deu o que tinha que dar, com suas políticas
de inclusão. E Fernando Henrique Cardoso não dá o que nunca teve para
dar.
No entanto, há um país em construção, com roteiro pronto e acabado para quem conseguir desvendá-lo.
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Ao contrário
de outros tempos, o novo não está debaixo de um partido político, nem
de uma liderança providencial. Tornou-se muito grande e complexo para se
enquadrar em parâmetros ideológicos, seja do neoliberalismo selvagem,
seja do intervencionismo ululante.
O moderno está
distribuído em um sem-número de organizações privadas, empresas,
movimentos sociais, políticas públicas, em iniciativas civilizatórias
que lograram avanços substanciais nos últimos anos, vencendo a maré do
conservadorismo atávico nacional.
É um
país que registrou avanços em todos os setores, dos movimentos
empresariais pela inovação às organizações sociais, de agricultores a
catadores de lixo.
Esses movimentos estão encobertos, de um lado, pela inapetência política do governo, e do outro pelo golpismo da oposição.
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Os novos personagens serão, acima de tudo, conciliadores e pragmáticos - sem perder o foco dos princípios.
Dias atrás
foi resolvida uma questão que se arrastava há décadas: uma legislação
sanitária diferenciada para pequenos produtores rurais, sem submetê-los
às mesmas exigências das grandes indústrias. Esse avanço foi possível
graças à confluência de interesses dos Ministros Patrus Ananias, do
Desenvolvimento Agrário, e Katia Abreu, da Agricultura, ambos empenhados
em criar uma classe média agrária.
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No Ministério
das Pequenas e Micro Empresas, um político conservador, como Afif
Domingos, cumpre um papel relevante, de defesa dos pequenos empresários.
E no Ministério de Desenvolvimento Social, uma Ministra empenhada, como
Tereza Campello, procura transformar excluídos em pequenos
empreendedores.
No âmbito
privado, a MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação) mantém o ritmo,
transformando o enorme acervo de consultores em gestão em arautos da
inovação para pequenas e médias empresas. E o Sebrae trabalha na
formatação de cadeias produtivas de pequenos e micro empresários em
torno dos grandes grupos que aderiram ao MEI.
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Por se moverem em um ambiente de inércia,
no entanto, comprovam que as grandes linhas estão dadas. Mesmo sem a
partitura da orientação presidencial, tocam de ouvido. Quando a direita -
de Katia Abreu e Afif - encontra-se com a esquerda - de Patrus e Tereza
-, ambos representam a mesma demanda, de abrir espaço para os pequenos
poderem crescer.
A democratização
de oportunidades, o fortalecimento dos pequenos, só acontece em
sociedades que amadureceram propostas e organizações modernas.
Passarão
a Lava Jato e o golpismo de Aécio, os escândalos da Petrobras e a
inércia de Dilma. Mas o país moderno não será vencido pela rebelião dos
bestificados."
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