Alemanha à Grécia: rendição, agora, só incondicional


Fernando Brito, Tijolaço

Do The Guardian, hoje:

A Alemanha rejeitou um plano de compromisso de última hora da Grécia que se curvou para algumas exigências fundamentais de seus credores. Em um discurso ao Bundestag (parlamento), a chanceler alemã, Angela Merkel, reiterou sua posição de que não havia nenhum ponto sobre o qual  ter conversas com o governo deAlexis Tsipras antes de um referendo na Grécia sobre aceitar ou não o plano de resgate da UE.”


Seu ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, foi ferozmente crítico de Tsipras, dizendo: “A Grécia está em uma situação difícil, mas puramente por causa do comportamento do governo grego … Buscar a culpa fora da Grécia pode ser útil na Grécia , mas não tem nada a ver com a realidade.

“O governo grego não está fazendo nenhum favor seu povo em todos, se ele continua fazendo declarações completamente falsas. Ninguém mais é o culpado por sua situação. “

Assim, a Alemanha afirma sua posição imperial: não quer uma solução, quer a derrubada do governo eleito pelos gregos, que pegou o país na arapuca de acordos que não poderia honrar, feitos por gente que está, agora, apoiando o ultimato alemão.

O curioso é que a Alemanha, durante a ocupação nazista da Grécia, obrigou aquele país a tomar  54 bilhões de euros emprestados ao Tesouro do Reich para fazer despesas de guerra – a favor dos alemães, claro.

Diz a BBC: “Obrigar um banco central de um país ocupado a tomar empréstimos com a Alemanha era um procedimento comum dos nazistas naquela época.”

O país foi destruído pelas batalhas e depois por uma guerra civil entre os antinazistas e os simpatizantes da Alemanha, sob o apoio europeu que não desejava um governo esquerdista por alo, completando a influência soviética na Península dos Bálcãs (com Albânia e Iugoslávia).

Entre as duas guerras, somando os judeus gregos “eliminados”, foram perto de meio milhão de mortos.

Agora, de novo, Alemanha trabalha para derrubar o governo eleito pelos gregos e instalar uma administração títere, pela via do medo eleitoral, que mantenha o país na espiral de submissão pela dívida."

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