Ô Jerome Walcke, como é aquela história do “merecia um pé na bunda”?


Fernando Brito, Tijolaço 

"A renúncia de Sepp Blatter mostra que o “Fifalão” não chegou nem ao fim do primeiro tempo.

E que as empresas que negociavam com a cúpula corrupta da Fifa – a qual a imprensa brasileira batia palmas e apoiava quanto  mais apertavam a goela do Governo brasileiro para entregar tudo e mais um pouco para não perder a condição de sede do Mundial de Futebol – podem ir pondo suas barbas de molho, porque é delas que vinha o dinheiro da “bola” e é inevitável a paráfrase do “cherchez la femme” com que Alexandre Dumas, pai, numa história detetivesca em seu Les Mohicanes de Paris, manda procurar a mulher que é parte de um crime.

– Cherchez l’argent!

E será inevitável que comecem a aparecer a linha de passes Blatter-Ricardo Teixeira-José Maria Marín -CBF e Rede Globo, que, afinal, é a dona de tudo no futebol brasileiro.

Mas a queda de Blatter tem um saboroso efeito imediato.

Ora, quem era o “homem em ação de Blatter”, senão o bonitão Jerôme Valcke, que nos queria “dar um pontapé na bunda”?

Como mostrou o Paulo Henrique Amorimmonsieur  saiu no The New York Times como “meio-de-campo” da propinagem.

E sua bunda já levou o pontapé….

Esse caso vai ser uma festa de rasga-hipocrisia.

Como os R$ 300 mil, em 2009, dados por Ricardo Teixeira para um congresso-convescote dos delegados da Polícia Federal em Fortaleza, em 2009.

Com direito da palestra do Sr. Dr. Juiz Sérgio Moro.

Já pensaram se a CBF tivesse pago passagens e hospedagens para o José Dirceu?

E, no ano seguinte, a entidade liberou a Granja Comari, centro de treinamento da Seleção, para uma animada “pelada” de delegados federais.

Mas não parou aí: futebol também é cultura, e a CBF bancou a ida de um coral de delegados aposentados, por cinco dias, à Argentina.

Que beleza!

Certamente não foi por isso que ninguém cantou nos 13 inquéritos da PF sobre a CBF.

Agora que os EUA resolveram detonar a ratatuia fifal e meter a mão no último grande negócio do mundo que ainda não controlavam, muita coisa virá à tona, por lá e por cá.

Só lamento que o Pelé tenha parte da culpa.

Não por ter aberto a boca para falar em defesa de Sepp Blatter , quando este é indefensável.

Mas por ter ido jogar no Cosmos, no início dos anos 70, e ter aberto o apetite dos americanos pelo soccer.

Gostaram tanto que agora resolveram ser os donos da bola."

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