Renan não tem apoio para derrubar indicação de Fachin ao Supremo, diz jornal


Jornal GGN

"Em disputa por espaço não só com o Palácio do Planalto, mas com outros caciques do PMDB - como Eduardo Cunha (presidente da Câmara) e Michel Temer (vice-presidente e articulador político do governo Dilma Rousseff) -, Renan Calheiros trabalha para reverter a votação positiva que o jurista Luiz Fachin teve em comissão especial do Senado para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal. Mas, segundo o Painel da Folha desta segunda-feira (18), ele não tem sequer apoio suficiente dentro do próprio partido para conseguir a queda de Fachin.

O jornal apurou que dos 16 senadores do PMDB, apenas três estariam dispostos a seguir a orientação de Renan e vetar a indicação de Fachin ao Supremo. Aliados do presidente do Senado, inclusive, tentam mostrar a ele que não há ganhos em tentar impor essa derrota ao governo.

Em síntese, o quadro é este: "Se Fachin for aprovado, guardará mágoa da atuação do peemedebista ao julgar na Corte; se for derrotado, Renan não conseguirá emplacar um nome de sua preferência quando Dilma Rousseff tiver de apontar outro indicado." Há algumas semanas, a imprensa vem destacando que Renan tinha predileção pelo presidente da OAB, Marcus Vinícius Coelho, para a vaga deixada por Joaquim Barbosa no STF.

Fachin foi previamente sabatinado pelo Senado na semana passada. Após mais de 12 horas, teve ampla maioria de votos para ser ministro do STF, apesar de denúncias contra sua atuação como advogado e sua relação com movimentos de esquerda.
Ainda naquela semana, Renan definiu que o plenário do Senado iria decidir o destino de Fachin nesta terça-feira (19). "Líderes governistas vão pedir adiamento da indicação do advogado para quarta-feira (20) caso o Senado se estenda na discussão de uma medida provisória que tranca a pauta e o quórum se torne incerto", publicou o Painel.

Novas indicações

A Folha ainda destacou que um dos fatores que ajudou os senadores a repensar a hipótese de rejeitar Fachin é que Dilma, se contrariada, poderia indicar nomes de pessoas que não tenham necessariamente um bom trânsito entre políticos.

"Cabos eleitorais do advogado gaúcho passaram a ventilar que, nesse caso, a presidente apontaria Nancy Andrighi ou Maria Thereza de Assis Moura, ambas ministras do STJ que não têm relação com senadores."

Segundo um periódico mineiro, Renan estaria levantando mais informações negativas sobre Fachin e debatendo-as com os senadores, na tentativa de arregimentar mais votos contrários ao jurista. "Não é simplesmente pelo fato de ele ser indicado pelo PT. É uma disputa por espaço", pontuou O Estado de Minas.

No planejamento de Renan para conquistar mais poder estaria a reunião que o presidente do Senado promoverá com governadores essa semana, para discutir o pacto federativo. "Ao comprar a bandeira dos governadores [na guerra fiscal contra Dilma], Renan cacifa-se para voos maiores no futuro”, disse o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto Queiroz, ao jornal mineiro.

Com informações da Folha e O Estado de Minas"

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