Altamiro Borges, Blog do Miro
"Ou as autoridades públicas tomam alguma atitude ou a onda de ódio fascista em São Paulo – centro das elites reacionárias do país – ainda resultará em tragédias. Na noite do sábado (23), o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi novamente hostilizado num restaurante na capital paulista. Segundo relato da Folha, um dos jornais que mais estimula o antipetismo doentio na sociedade, o economista e a sua esposa foram vítimas de provocações gratuitas ao deixarem o local após o jantar.
Será que agora, após a nova hostilidade ao ex-ministro da Fazenda – um
semana antes, outro dirigente petista, Alexandre Padilha, também foi
vítima de provocação de um empresário falido e picareta num restaurante
em São Paulo –, o "imortal" da Globo dará novamente seu apoio aos
fascistas? Será que as chamadas autoridades públicas vão tomar alguma
atitude para conter a onda de ódio que se alastra em São Paulo? Cadê a
reação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo? O ovo da serpente
está sendo chocado e poderá resultar em cenas ainda mais lamentáveis
para a jovem e frágil democracia brasileira."
"Ou as autoridades públicas tomam alguma atitude ou a onda de ódio fascista em São Paulo – centro das elites reacionárias do país – ainda resultará em tragédias. Na noite do sábado (23), o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi novamente hostilizado num restaurante na capital paulista. Segundo relato da Folha, um dos jornais que mais estimula o antipetismo doentio na sociedade, o economista e a sua esposa foram vítimas de provocações gratuitas ao deixarem o local após o jantar.
"Ao ouvir as primeiras provocações, o petista parou e
perguntou quem havia falado com ele. Um senhor assumiu a autoria do
comentário e disse que só não falaria mais em 'respeito' à mulher de
Mantega. O ex-ministro tentou responder, mas foi interrompido por
vaias. Dois clientes saíram em defesa do petista, pedindo 'educação' aos
demais. O primeiro pediu que Mantega voltasse ao restaurante e o
cumprimentou. O ex-ministro foi vaiado novamente e então deixou o local.
Em seguida, uma senhora pediu que parassem com a provocação", descreve a
jornalista Daniela Lima.
Esta é a segunda vez, em curto espaço de tempo, que o ex-ministro da
Fazenda dos governos Lula e Dilma (2006-2014) – responsável pelas
menores taxas de desemprego da história do Brasil e pela viabilização de
inúmeros programas sociais – é hostilizado por ricaços reacionários e
elitistas. Em fevereiro passado, numa cena ainda mais detestável e
macabra, ele sofreu provocações quando levava a sua esposa para um
sessão de tratamento do câncer no Hospital Albert Einstein, na capital
paulista. Alguns fascistóides gritaram "vai para o SUS" e "vai para
Cuba", fazendo o casal deixar o local para evitar mais traumas. Na
ocasião, nada foi investigado e ninguém foi punido pelo gesto odioso.
O presidente da instituição privada – um sionista famoso por suas
posições direitistas – até procurou atenuar a ação criminosa. Em uma
nota lacônica, o hospital – que abocanha recursos milionários do
SUS – afirmou que "recebe igualmente a todos... e rechaça qualquer
atitude de intolerância em seu ambiente". Nem os vídeos internos do
hospital foram analisados para descobrir os fascistóides. Para piorar, a
mídia "privada" – nos dois sentidos da palavra – ainda
tratou o lamentável episódio como algo natural. O jornalista Merval
Pereira, o “imortal” da Globo, ainda justificou o ato criminoso.
Em seu ódio doentio ao “lulopetismo”, ele publicou um artigo repugnante
no jornal O Globo, em que afirmou que a hostilidade ao ex-ministro Guido
Mantega e a sua esposa é “reflexo do estilo agressivo de fazer política
que o PT levou adiante no país nos últimos 12 anos”. Para ele, a cena
corroborou a tese das forças golpistas. “O importante a notar é que o
impeachment já se tornou um tema inevitável nas análises sobre o futuro
do país, e seria hipocrisia tratá-lo como algo de que não se deve falar.
O país está convulsionado, e sem uma liderança com grandeza que possa
levar a acordos políticos indispensáveis para a superação do impasse que
se avizinha”.
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