Cunha 'arma contragolpe' por financiamento privado


"Jornalista Tereza Cruvinel, colunista do 247, noticia o "contragolpe" armado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), "para votar novamente a proposta de constitucionalizar o financiamento empresarial de campanhas"; na sessão reaberta há pouco na Casa, Cunha manteve a decisão de colocar a voto, na reforma política (PEC 182/07), emenda sobre o financiamento privado de campanhas por parte de empresas; com a derrota de uma emenda sobre esse tema na madrugada de hoje, os deputados contrários à proposta não queriam que esse trecho fosse novamente votado

Brasil 247

Agência Câmara - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, reabriu a sessão do Plenário que havia sido suspensa para uma reunião com os líderes partidários. Ele manteve a decisão de colocar a voto, na reforma política (PEC 182/07), emenda sobre o financiamento privado de campanhas por parte de empresas.

Com a derrota de uma emenda sobre esse tema na madrugada de hoje, os deputados contrários ao financiamento privado de empresas não queriam que esse trecho do texto fosse novamente votado.

Está em debate, no momento, emenda da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) que prevê a doação de pessoas físicas aos partidos políticos, segundo limites a serem definidos em lei. Além disso, a emenda reforça o acesso a recursos públicos.

Para ser aprovada, a emenda precisará de 308 votos favoráveis.
Leia abaixo post da jornalista Tereza Cruvinel, em seu blog no 247, sobre o "contragolpe" de Cunha:

Cunha tenta salvar o financiamento empresarial constitucional

Por Tereza Cruvinel

Tal como denunciou o deputado Jean Willys nas redes sociais, o grande boato na Câmara agora à tarde é o de que o presidente da Casa, Eduardo Cunha, está armando um contragolpe para tentar votar novamente a proposta de constitucionalizar o financiamento empresarial de campanhas.

Neste momento, ele e seus leais aliados estariam desenvolvendo uma forte ação junto aos deputados que ontem votaram contra a matéria, impondo-lhe a segunda derrota.

Nas transcrições da votação de ontem, os combatentes da medida encontraram um diálogo sintomático entre Cunha, que presidia a sessão, e o deputado Domingos Neto, que lhe pergunta:

O SR. DOMINGOS NETO – E o texto do Relator?

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) – O texto do Relator, foi destacada essa emenda em preferência à do Relator, com o apoio do Relator. Não haverá mais a votação do texto do Relator. Esta é o que está sendo votado.

O SR. DOMINGOS NETO – A possibilidade...

O SR. PRESIDENTE (Eduardo Cunha) – Não haverá... Não, não há acordo político. Eu sei que, regimentalmente, V.Exa. pode dizer que, ao fim, restaria o texto do Relator. Nós não temos acordo político. Vai ser considerado prejudicado.

Isso significa o seguinte: algum deputado, possivelmente o próprio Domigos Neto, apresentará requerimento pedindo que seja votado o texto do relator, pois o que foi rejeitado ontem foi uma emenda preferencial. Se o texto do relator vai novamente a voto, Cunha ganha uma segunda chance de aprovar o financiamento empresarial constitucionalizado, vale dizer, cristalizado de uma forma que nem o STF poderá derrubá-lo.

Este jogo, se acontecer, será hoje no começo da sessão em que serão votados outros itens da reforma política proposta por Rodrigo Maia como relator nomeado por Cunha, depois que ele liquidou com a comissão especial."

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