"Iniciativa é anunciada por Lindberg Farias em discurso de apoio a Renan Calheiros
Tereza Cruvinel, Blog: Tereza Cruvinel
O conflito entre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha,
e o presidente do Senado, Renan Calheiros, ganhou novo impulso hoje com
a formação de uma frente progressista no Senado para barrar a agenda
conservadora que está sendo implementada pela outra Casa. A iniciativa
foi anunciada em discurso pelo senador Lindberg Farias, em que,
aparteado por outros senadores, apoiou a posição de Renan em relação ao
projeto da terceirização.
A frente progressista, segundo Lindberg, começou a ser formada esta semana e tem como objetivo barrar a agenda conservadora que estaria sendo impulsionada por Cunha na Câmara com projetos como o da terceirização e o do redução da idade penal. A Câmara, disse ele, sempre foi mais progressista que o Senado mas neste momento o Senado, sob a liderança de Renan, é que estaria assumindo posições mais avançadas, especialmente na agenda social.
Em aparte, Jorge Viana (PT-AC) também reiterou apoio a Renan e à frente progressista dizendo que Cunha “talvez pense que é ele, e não Renan, que preside o Congresso Nacional”. A frente, diz ele, deve reunir pessoas de diferentes partidos, colocando de lado divergências partidárias para evitar “o avanço do atraso”. “Nunca vi algo mais atrasado que o debate que tivemos sobre Cuba ontem na Comissão de Relações Exteriores. Quando os Estados Unidos se aproximam de Cuba, nossos conservadores defendem o distanciamento e a hostilidade”.
Outro que aparteou Lindberg foi Temário Mota (PDT-RR), dizendo, em apoio a Renan. “A Câmara tem 513 deputados mas agora tem um presidente que está quase dizendo “a Câmara sou eu”. Se os deputados concordam com isso, problema deles, mas no Senado ele não vai mandar. Estamos com o presidente Renan, que vem adotando a posição correta referenciada no pensamento da maioria do Senado”.
O embate entre os dois bicudos do PMDB, pelo visto, está apenas começando. O Governo Dilma observa preocupado, pois há o risco de ele contaminar o andamento da agenda legislativa. E nesta briga, Dilma não pode ter lado. Está aí mais uma abacaxi para o vice-presidente Michel Temer descascar em seu retorno da Península Ibérica."
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