Altamiro Borges, Blog do Miro
"O PSDB encolheu na disputa para os governos estaduais – caiu de oito eleitos em 2010 para cinco em 2014 – e ainda pode perder mais um governador. Após analisar mais de 20 ações contra 50 candidatos acusados de irregularidades no pleito de outubro, a Procuradoria Regional Eleitoral do Pará concluiu que Simão Jatene, reeleito no Estado, cometeu vários crimes e solicitou a sua cassação. O pedido foi feito pelo procurador Alan Rogério Mansur e lista inúmeras irregularidades: abuso de poder político e econômico, compra de votos e prática de condutas proibidas a agentes públicos durante as eleições.
As investigações apontaram que vários programas do
governo paraense, como o "Cheque Moradia", foram utilizados para a
"compra" de votos. Além do governador e de seu vice, Zequinha Marinho, o
presidente da Cohab, João Hugo Barral de Miranda, e a coordenadora do
"Cheque Moradia", Maria Sônia da Costa Massoud, também foram acusados.
Todos podem ficar inelegíveis por oito anos. A solicitação da PRE-PA não
significa que Simão Jatene será cassado e ficará inelelígel. O tucano é
mestre em escapar de condenações e conta com influentes apoios, na
própria Justiça e de setores da mídia local, para se blindar. Ele
representa o latifúndio e o boa parte das elites empresariais do Pará.
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A PRE também pediu a inelegibilidade do candidato derrotado no pleito de
outubro, Helder Barbalho, do PMDB, que agora virou ministro do governo
Dilma. Ele foi acusado do uso indevido dos meios de comunicação. Segundo
a procuradoria, o grupo midiático RBA, que pertence ao ex-senador Jader
Barbalho, foi utilizado na campanha para enaltecer o filho e para
atacar seus adversários políticos. Os diretores do grupo, Jader Barbalho
Filho e Camilo Centeno, também foram acusados no processo. As graves
irregularidades no Pará confirmam a urgência da reforma política, da
proibição de concessões de rádio e tevê para políticos e da regulação
democrática da mídia no Brasil."
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