PSDB descarta apoio a Cunha e Chinaglia e entra na disputa pela presidência da Câmara


Jornal GGN

 "Para impedir que o PT conquiste a cadeira de presidente da Câmara em 2015, o PSDB até cogitou inflar a candidatura de Eduardo Cunha (PMDB), já que o peemedebista - que tem dado bastante dor de cabeça para o Planalto - reúne, até aqui, boas condições de vencer a disputa. Ventilou-se que o apoio dos tucanos estaria atrelado a uma pré-disposição de Cunha em fazer caminhar, como presidente, um possível processo de impeachment contra Dilma Rousseff (PT).

Essa semana, entretanto, o PSDB anunciou que dará apoio à candidatura de Júlio Delgado, que concorre pelo PSB. Também surgiu, pelo lado petista, o terceiro nome na disputa: o deputado e ex-presidente da Casa, Arlindo Chinaglia, que tem a missão de garantir que o rodízio entre PT e PMDB na principal cadeira da Câmara - só perde em importância institucional para a vice-presidência da República - retorne à ala de situação.

Este ano, a corrida tem sua importância superdimensionada, muito em função da vitória de Dilma sobre Aécio Neves (PSDB) para a Presidência da República.
Desde então, um clima de golpismo paira no ar. E é sabido que um processo de impeachment da presidente reeleita passaria obrigatoriamente pelas mãos do presidente da Câmara.

A eleição para a presidência da Câmara acontecerá em 2015, mas há meses Eduardo Cunha trabalha para sair vitorioso. Já Delgado acumula experiência na briga, pois tentou em outros anos. Para não ficar para trás, ele afirmou que a partir de agora fará viagens para articular apoio à sua campanha. “Nós não temos nenhum vínculo [com o Planalto]. Queremos tratar o Judiciário e o Executivo com o mesmo tamanho que tem o Legislativo", disse.

A partir de 2015, o bloco formado pelo PSB será maior, pois já conta com adesão do PPS e PV - e a candidatura de Marina Silva à Presidência também melhorou o desempenho da legenda. Eduardo Cunha, por sua vez, visa ser amparado pelo chamado “blocão”, formado por PR, PTB, PSC e Solidariedade.

Os três primeiros partidos fazem parte do arco de alianças de Dilma, mas discordam do governo em alguns temas.

O PT seguirá para a próxima legislatura ainda com a maior bancada da Câmara, mas em número menor do que elegeu em 2010. PCdoB e Pros já anunciaram apoio a Chignalia, e PDT indicou que pode ajudar - embora, até o final de novembro, a legenda tenta articulado um nome próprio junto ao PCdoB e Pros para entrar na eleição.

Em tese, o governo terá de fazer mais concessões para atrair e fixar aliados de primeira ordem em torno da candidatura de Chignalia. É nesse cenário que se discute a reforma ministerial.

Por parte do PP, por exemplo, há a expectativa de manter o controle do Ministério das Cidades, hoje comandado pelo ministro Gilberto Magalhães Occhi, substituto de Aguinaldo Ribeiro (PP), que deixou o cargo para disputar a reeleição como deputado federal.

Já o PR quer garantir a continuidade do domínio sobre o Ministério dos Transportes.

No PMDB, além de a bancada vir trabalhando para manter o ministro Edison Lobão no Ministério de Minas e Energia, os deputados e senadores querem emplacar mais nomes no primeiro escalão. E em pastas bem visadas, como Saúde e Educação, diga-se de passagem.

O PSD de Gilberto Kassab também tem suas demandas e disputas internas - não aceitam que o presidente nacional do partido, cotado para ser ministro de Cidades, colha todos os louros sozinho."

Comentários