O trabalho exemplar do Instituto Alana


GGN

"Nos próximos dias, a consultoria McKinsey divulgará pesquisa junto a 5 mil empresas comprovando que a solidariedade é o melhor instrumento para melhorar o ambiente empresarial e os resultados das empresas.

A pesquisa indicou que políticas de inclusão de pessoas com deficiência - especificamente pessoas com síndrome de Down - melhoraram cinco dos nove itens que medem o ambiente interno de uma empresa, dentre os quais o aprimoramento dos líderes, a cultura empresarial, o controle e a retenção de clientela. A pesquisa comparou  empresas que praticam essa política com aquelas que só aceitam funcionários sem problemas.

Nas próximas semanas haverá nova pesquisa de campo analisando a influência das crianças de Down no ambiente escolar.
Esses trabalhos certamente impulsionarão a adesão expontânea de grandes organizações e escolas a políticas inclusivas.

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Não se trata da primeira investida do Instituto Alana no universo infantil.
O Instituto foi criado em 2002 por um casal de irmãos, herdeiros do Banco Itaú, que ficaram órfãos muito cedo. Houve a desocupação de um terreno da família, no Jardim Pantanal, na Zona Leste. Ao entrar em contato com a situação dos invasores, os irmãos decidiram bancar um projeto assistencialista, visando ampará-los.

O projeto evoluiu e em 2002 foi criado o Alana, com dotação de R$ 350 milhões.

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Aluna de Paulo Freire no curso de pedagogia da PUC (Pontifícia Universidade Católica), Ana Lucia Vilella centrou a atividade do Instituto na defesa das crianças.

As primeiras grandes batalhas do Instituto foi contra a publicidade infantil.

A ação foi ousada. Lançou filmes sobre obesidade infantil, citando expressamente empresas anunciantes, dentre as quais a Coca Cola. O lançamento foi no dia 12 de dezembro de 2012. No dia 13 o Instituto foi procurado pelo presidente da Coca Cola para a América Latina. No dia 23 de dezembro convidado para uma reunião com toda a diretoria da Coca Cola para explicar os motivos do filme. Lá, os diretores indagaram o que deveriam fazer para ganhar o respeito do público em relação ao tema.

Sugestão a seco: ir a público anunciar que não farão mais propaganda para crianças.

No dia 7 de maio de 2013 a Coca Cola publicou um anúncio mundial, em jornais de vários países, com seu novo posicionamento publicitário. O quarto ponto indicava o compromisso de não mais fazer publicidade para crianças, por não ser o público adequado.

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Atualmente, a Alana estruturou-se em três frentes: o Instituto, o Alanapar e o Alana Foundation.

A missão do Instituto é "honrar a criança". Já o Alanapar é o braço de participações do Instituto no mercado de negócios sociais. Identifica iniciativas e ajuda a estruturá-las financeiramente.

Baseada nos Estados Unidos, a Alana Foundation é filantrópica e investe em pesquisa de ponta.

Atualmente banca estudos clínicos para avaliar o impacto de medicamentos na qualidade de vida das pessoas com Síndrome de Down; e pesquisas sobre mídia e consumo, e novas formas de energia ainda não exploradas comercialmente.

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O Instituto mantém advogados e pedagogos participando dos conselhos de educação. Sabe da importância da convivência política dos diversos grupos para o aprimoramento da democracia. E é defensor da Política de Participação Social - que setores mais trogloditas taxaram de bolivariana."

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