Mais um ano de ganho real no salário mínimo


"Remuneração básica na economia tem recuperação recorde frente ao dólar nos últimos doze anos; de equivalente a US$ 86, em 2002, último ano do governo FHC, atingiu US$ 291, em 2010, no final da gestão de Lula; com a presidente Dilma Rousseff, salário mínimo escalou este ano a US$ 329; para 2015, governo propôs hoje ao Congresso reajuste de 8,8%, indo para R$ 788,06, contra uma inflação estimada em 6,5% para 2014; oposição manterá política de reajustes acima da elevação de preços se se tornar governo?

Brasil 247

Discutir a política de reajuste do salário mínimo, a remuneração básica da economia, que regula a vida de milhares de contratos e milhões de trabalhadores, não parece ser uma boa estratégia para os candidatos de oposição ao governo. Nesse terreno, os números se mostram sólidos e tendem a continuar assim em 2015. A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, entregou hoje ao presidente do Senado, Renan Calheiros, a proposta orçamentária que contempla um reajuste de 8,8% no salário mínimo, acima da inflação prevista para em torno de 6,5% em 2014. O valor proposto é o de R$ 788,06, a prevalecer a partir de 1º de janeiro do próximo ano.

Com o ganho acima da inflação, o salário mínimo tende a manter a valorização sobre o dólar verificada nos últimos 10 anos. Depois de perder valor nos dois primeiros anos da gestão de Lula, o mínimo chegou a US$ 291, em 2010, último ano daquele governo. Antes, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, em 2002, a mínimo representava o equivalente a US$ 86. No governo da presidente Dilma Rousseff, o mínimo chegou a US$ 329 este ano (abaixo).
Com o proposto reajuste acima da inflação, o ganho real do mínimo parece assegurado também para 2015, a depender da aprovação do Congresso.
Abaixo, notícia da Agência Brasil a respeito:

Karine Melo, Daniel Lima e Kelly Oliveira - Repórteres da Agência Brasil - A partir de 1º de janeiro de 2015, o salário mínimo deve ser R$ 788,06, segundo o Projeto de Lei Orçamentária Anual (Ploa) 2015. Um reajuste de 8,8%. O anúncio foi feito hoje (29) pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, depois de entregar a proposta ao presidente o Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL). A ministra antecipou que o texto prioriza investimentos em saúde, educação combate à pobreza e infraestrutura.

A peça orçamentária traz uma mensagem da presidenta Dilma Rousseff com um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.

Pela Constituição, o prazo de entrega do projeto pelo Executivo termina no dia 31 de agosto. Mas, com a expectativa de conclusão da votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as metas e prioridades da administração pública federal, só na semana que vem, durante o esforço concentrado, o governo se antecipou. A LDO deveria orientar a elaboração da peça orçamentária.

"Coloquei toda a equipe do ministério [do Planejamento] à disposição, para os esclarecimentos necessários, para que o Congresso possa fazer uma análise rápida do Orçamento e votá-lo até o fim do ano, prazo que o presidente do Senado [Renan Calheiros], confirmou que é possível fazer", explicou a ministra.

O Orçamento Geral da União (OGU) é formado pelo orçamento fiscal, da seguridade e pelo orçamento de investimento das empresas estatais federais. A Constituição determina que a proposta seja votada e aprovada até o dia 22 de dezembro.

No projeto de lei, também consta a estimativa para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 5%, no próximo ano.

A projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, ficou em 3% (R$ 5,756 trilhões).
O governo estima que o superávit primário para o setor público consolidado será R$ 143,3 bilhões, valor que corresponde a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Com o abatimentos, o superávit primário vai para R$ 114,7 bilhões, correspondentes a 2% do PIB.

O superávit primário é a poupança para pagar os juros da dívida que o governo seus credores. Na medida em que o país consegue alcançar as metas de superávits primários, tem condições de pagar dividas."

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