Globalização e futebol

"No último amistoso à Copa Mundial de futebol da seleção norte-americana em Boston, chamou a atenção dos jornalistas um slogan em inglês no estádio traduzido ao espanhol e português.

Eduardo Bomfim, Vermelho 

Dizia “Uma nação. Uma equipe”. Significa para os Estados Unidos, num evento transmitido para mais de um bilhão de pessoas, mesmo que eles não sejam uma referência internacional do futebol, a reafirmação do sentimento de coesão nacional.

Um conceito que devia servir a todos os povos tanto quanto a nossa hospitalidade que deve ser aplicada sem exceções durante o evento.

Quanto aos EUA o slogan é útil aos desígnios do seu constitucional “destino manifesto proclamado por Deus” em comandar a humanidade através da sua cultura, civilização, geopolítica.

O Brasil ao sediar a Copa Mundial de futebol sofre duplo ataque, seja porque é um País vocacionado à prática do futebol, fator integrante da nossa cultura, pentacampeão mundial, seja porque é uma das nações emergentes integrantes dos Brics, a 7ª economia global.

Para o Mercado, a geopolítica anglo-americana, o mote é utilizado para querer transformar a Copa Mundial de futebol numa reedição social do furacão Katrina, o Brasil em terra arrasada, nem que para isso tenha que “morrer também o mar” como dizia Garcia Lorca.

Exacerbando nossas vicissitudes, fabricando através da grande mídia tempestades de surtos coletivos com o objetivo de anular nossas virtudes de povo criativo, realizador, o nosso sentimento de autoestima, a capacidade de fazer algo relevante à confraternização entre as nações do mundo.

Quando bombardeiam a Copa do Mundo o que desejam mesmo é sufocar o espírito em comum do povo brasileiro. E de um Estado soberano. Contando para isso com a falácia difundida pelo Mercado, aceita por alguns setores contemplados com a “sociologia do desgosto com o Brasil”, de uma falsa cidadania global, de um cosmopolitismo artificial porque não é real, num fictício mundo sem fronteiras.

Quando na realidade vários povos já dizem um contundente não à hegemonia unipolar da Nova Ordem mundial.

Porque o que está em curso, em várias partes do planeta, é a luta intensa pela ressoberanização dos Países, em defesa de outra ordem global multipolar que assegure a autodeterminação das nações, a democracia, a paz e o progresso social da humanidade."

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