Dilma segue roteiro das ruas e promete novas transformações

Correio do Brasil 

"A presidenta Dilma Rousseff procurou mostrar harmonia com o desejo de mudança da ampla maioria apontado pelas pesquisas eleitorais e prometeu um plano de transformação do país ao ter sua candidatura à reeleição formalizada pelo PT neste sábado.

– É hora de seguir em frente, companheiras, é hora de fazer mais mudanças, companheiros, é hora de construir mais futuro, queridos militantes e queridas militantes, é hora de ampliarmos a extraordinária transformação pacífica… que estamos fazendo há mais de uma década – disse Dilma.

Listando realizações de seu governo e de seu antecessor e padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma disse que a campanha, que começa oficialmente em julho, será uma “oportunidade rara na história”, para defender os resultados obtidos e anunciar “um novo ciclo de desenvolvimento”.

A presidenta disse que durante a campanha será possivel “debater e aprofundar” o que chamou de plano nacional de transformação.

Segundo a presidenta, o novo ciclo envolve uma transformação educacional, uma revolução tecnológica e digital e reformas urbana e dos serviços públicos. E voltou a defender a reforma política, proposta apresentada por ela na esteira dos protestos de junho de 2013.

Procurando afagar prefeitos e governadores, Dilma disse que um processo dessa envergadura “só pode se concretizar com uma ampla reforma capaz de redefinir os papéis dos entes federados”.

E como fizeram antes dela em seus discursos o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, convocou a militância petista para uma participação decisiva na campanha.

– Para fazer isso, preciso do apoio dos brasileiros e, especialmente, desta grande militância, precisamos ir às ruas explicar o que fizemos e o que podemos fazer – concluiu.

Apelo à militância

Na convenção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a convenção que formalizou a candidatura da presidente Dilma Rousseff à reeleição para motivar a militância petista a ter “orgulho” de fazer a campanha, citando campanhas passadas e rebatendo críticas de adversários relacionadas à corrupção.

– O que vai ganhar essas eleições não é o tempo de TV, não é a qualidade de propaganda, o que interessa nessas eleições é a verdadeira gente capaz de demonstrar cada vez que a gente for pra rua – disse o presidente durante o discurso na convenção nacional do PT.

Lula disse ter percebido uma “preocupação” de partidários com o discurso de adversários sobre os casos de corrupção nas gestões petistas, como o escândalo do mensalão, esquema de compra de apoio político deflagrado no primeiro mandato do ex-presidente.

– Eu desafio todos os governos que vieram antes de nós. Não criaram metade dos instrumentos… para combater a corrupção neste país. Não temos que ter nenhum medo na eleição em 2014 – disse o líder petista.

Contrariando declaração do presidente do PT, Rui Falcão, que eu seu discurso, poucos antes de Lula, afirmou que esta será a campanha mais difícil a ser enfrentada, o ex-presidente defendeu que é preciso mudar o discurso e não “colocar tanta dificuldade”, apostando novamente na comparação entre as gestões petistas e tucanas como um trunfo na disputa.

– Eu não tenho medo de comparar nada com eles e eu sei que isso incomoda. Nós somos aqueles que queremos que os empresários continuem ganhando dinheiro, mas apesar de governar para todos… no nosso governo as pessoas mais pobres serão tratadas com mais dignidade. E é pelo que nós fizemos…. que temos que ter orgulho de ir para a rua e defender essa mulher (Dilma). E defendê-la de todo e qualquer preconceito – pontuou.

Dilma tinha até as manifestações de junho de 2013 altas taxas de popularidade, mas desde então perdeu muito apoio e na abertura da Copa do Mundo, em São Paulo, na semana passada, foi alvo de xingamentos. Enquanto alguns petistas classificaram o caso como “isolado”, algumas lideranças, como Lula, foram na contramão e manifestaram apoio à presidente.

Mais educação

A presidenta também voltou a defender a valorização dos professores para transformação e melhoria do sistema público de educação. Ela destacou que o governo federal já começou este processo com a destinação de 75% dos royalties do petróleo e do 50% do excedente do pré-sal à educação.

– Este novo ciclo fará o ingresso decisivo do Brasil na sociedade do conhecimento, cujo pilar básico é uma transformação na qualidade da educação – explicou Dilma.

O novo ciclo, garantiu Dilma, vai manter dois pilares básicos das gestões petistas: solidez econômica e amplitude das políticas sociais. A presidenta defendeu a transformação nacional com foco, também, em ‘romper as amarras da burocracia’ no Brasil. “É necessário tornar o Estado brasileiro, não um estado mínimo, mas um Estado eficiente, transparente e moderno”, explicou."

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