Aécio terá o apoio do presidente do PMDB fluminense, mas palanque é incerto |
Helena Stephanowitz, RBA / Blog da Helena
O pré-candidato às eleições presidenciais Aécio
Neves (PSDB-MG), apesar de ter residência no Rio de Janeiro, está com
dificuldades para ter um palanque no estado. Com o PSDB fluminense
carente há anos de uma liderança boa de voto – tentou lançar Bernardinho
no ano passado, mas o técnico de vôlei declinou do convite. Sondou
Fernando Gabeira (PV-RJ), que também não demonstrou interesse.
O ex-prefeito Cesar Maia (DEM) tentou
formalizar o apoio, mas Aécio, até o momento, o está enrolando, por
vê-lo desgastado e não acreditar que some votos. Os outros
presidenciáveis estão mais adiantados. Eduardo Campos conta com a
pré-candidatura de Miro Teixeira, provisoriamente no Pros, mas aliado de
Marina.
Dilma Rousseff tem o bom problema de ter de
administrar o apoio de quatro pré-candidatos de partidos da base aliada –
o senador Lindberg Farias (PT), o senador Marcelo Crivella (PRB), o
deputado Garotinho (PR) e o governador Pezão (PMDB).
O presidente do PMDB fluminense, Jorge
Picciani, irado por ter perdido uma vaga no Senado para Lindberg Farias
em 2010 e ver o senador petista como forte candidato a governador agora,
abriu dissidência entre os peemedebistas – aparentemente consentida – e
declarou que apoiará Aécio.
Picciani é da linha de políticos chamados
clientelistas na relação com os eleitores, ou seja, sem plataforma
política definida perante o eleitorado de opinião. Não é radialista, não
disputa voto religioso nem ideológico.
Conseguiu eleger dois filhos, um
deputado federal, Leonardo Picciani, e outro estadual, Rafael Picciani,
bem votados, por meio de campanhas profissionais, caras e dispersas no
estado. Há poucos prefeitos e vereadores que podem ser considerados de
fato de seu grupo. Nas eleições municipais chegou a apoiar candidatos
diferentes dos apoiados pelo então governador de seu partido, Sérgio
Cabral, sem muito sucesso.
Sem o governador no palanque é difícil que ele,
por si só, consiga atrair para Aécio mais votos do que eleitores de seu
filho deputado federal. Apoio não se recusa, mas pode haver um efeito
colateral: a rejeição alta no voto do eleitorado mais elitista, caso
Aécio se exiba próximo demais de Picciani.
Na segunda-feira (14), Picciani reuniu, no Rio, aliados para um jantar de apoio a Aécio. Na foto – publicada no facebook do peemedebista
– contam-se 18 pessoas, excluindo Aécio, o próprio Picciani e o
presidente do PSDB fluminense, Luiz Paulo Corrêa da Rocha. Entre os 18,
dois são os filhos de Picciani e os demais são desconhecidos no âmbito
estadual. O prometido apoio veio mais fraco do que o esperado. Aécio
continua precisando de um palanque no Rio, o terceiro maior colégio
eleitoral do Brasil."
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