Alô, Folha: Alckmin também trabalhou com a “ONG do pai do Padilha” por favorecimento?

Fernando Brito, Tijolaço 

Quer dizer que a contratação da ONG  Koinonia pelo Ministério da Saúde foi “apadrinhamento político”, porque o Ministro Alexandre Padilha é filho de um fundador e ex-diretor da entidade?

E que a oposição – ao menos o trio Vavá Dias, Jajá Rabo de Palha e alguém do PPS – o PPS, como se sabe é de Roberto Freire, o deputado pernambucano dos Jardins – vai investigar as “relações promíscuas” da instituição com a administração pública?

Pois então vamos ajudar: convoquem logo o governador Geraldo Alckmin, pois a entidade tem convênios também com a Secretaria de Saúde de São Paulo para desenvolver os mesmos programas de prevenção da Aids que firmou com o Ministério e que escandalizaram a trinca tucana.

Tem os convênios e não tem nenhuma pendência financeira ou operacional, segundo atestou, no ano passado, a Dra. Maria Clara Ribeiro, coordenadora dos programas de DST/Aids da Secretaria Estadual paulista. Numa declaração de idoneidade dada à Koinonia, ela afirma que a ONG “desenvolveu trabalhos de prevenção em DST/aids em parceria com o Programa Estadual de DST/AIDS nos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013.”

Ou seja, também o governo Serra a contratou.

Nem vou falar do papel da Folha, que o Paulo Henrique Amorim já desmontou com as informações do Ministério da Saúde.

É ridículo acusar uma entidade porque o pai de um ministro a dirigiu quatro anos antes e se desligou destas funções.

Alguém vai contestar que o Cebrap, de cuja fundação Fernando Henrique Cardoso participou e que  dirigiu durante três anos, tenha sido contratado pela Sudene no Governo Sarney em função de politicagem?

Ou que isso tenha voltado a acontecer no governo do próprio FHC, quando o Cebrap, presidido por seu amigo e co-fundador do PSDB, José Arthur Giannotti, assinou convênio para receber recursos da União prestando serviços ao Cade – este mesmo órgão que agora investiga o “trensalão” tucano.

Obvio que não, porque é uma instituição respeitável, que não foi fundada para picaretagens e que é capaz de entregar o que contrata.

A própria Folha registra que a Koikonia contratou serviços com o governo FHC via Ministério da Cultura, em cerca de R$ 40 mil, ou R$ 105 mil, atualizados.
Eu não gosto de ONG, mas não achei – e parece que ninguém achou – nada que desabonasse a entidade, muito ao contrário.

Padilha resolveu cancelar o contrato, uma pena.

Provavelmente nem foi Padilha, pessoalmente, quem assinou.

Explico: a assinatura destes convênios se  dá pela via digital e, em geral, a autoridade superior acessa um sistema informatizado chamado Siconv e um auxiliar vai lançando aquilo que já foi aprovado pela área técnica e pela jurídica.

Mas ele chamou o assunto a si e cancelou, embora isso não importe muito aos tucanos, que vivem da necessidade diária de sobreviverem com uma ração de escândalos fabricados, pela falta de uma dieta mais substanciosa de ideias.

Ah, em tempo: koikonia é uma palavra grega que quer dizer algo como “capacidade de conviver com os outros”, comunhão.

Bem que os tucanos poderia fazer um convênio com a Koinonia, não é? Estão muito irritados e apressados."

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