Datafolha amplia pressão sobre Eduardo Campos


Pela primeira vez desde o início da corrida eleitoral, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), recuou nas pesquisas eleitorais caindo de 15% para 11%, segundo o Datafolha; até então, ele somente havia chegado perto do senador mineiro Aécio neves (PSDB) após o ingresso da ex-senadora Marina Silva (Rede) no PSB; até o momento, o PSB conseguiu um único apoio, o do PPL; o desafio atual é conseguir mobilizar os marineiros e provar ao eleitor a viabilidade da sua candidatura; no Facebook, Campos postou um texto onde defende o mandato de cinco anos, apontando que após o primeiro mandato do socialista, Marina viria em seguida

Paulo Emílio, Pernambuco 247 / Brasil 247

Pela primeira vez desde o início da corrida eleitoral, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), recuou nas pesquisas eleitorais caindo de 15% para 11%. Até então, ele somente havia chegado perto do senador mineiro Aécio neves (PSDB) após o ingresso da ex-senadora Marina Silva (Rede) no PSB. Passada a euforia inicial, o desafio atual é apresentar um discurso capaz de mobilizar os simpatizantes de Marina e provar ao eleitor que a sua candidatura é viável. No Faccebook, o governador postou um texto onde defende quatro pontos, dentre eles, o mandato de cinco anos apontando que após o primeiro mandato do socialista, Marina viria em seguida.

Na busca por apoio em torno da sua postulação, até o momento Campos somente conseguiu trazer para o seu lado o Partido da Pátria Livre (PPL), que neste sábado aprovou uma resolução para aprofundar as discussões com o PSB e outras legendas, visando as eleições de 2014. Logo após a adesão de Marina Silva, o PSB trabalhava com a perspectiva de conseguir apoio junto ao PDT, PPS, PV e Solidariedade. Com o PDT e Solidariedade próximos do governo da presidente Dilma Rousseff (PT), a falta de apoio de outras legendas e a queda de quatro pontos na última pesquisa são um fator de preocupação para o PSB.

Também neste final de semana, o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, reafirmou que vai lutar para que o partido apoie a candidatura socialista. “Estou assumindo publicamente que vou lutar para o PPS apoiar a candidatura de Eduardo Campos", declarou Freire ao participar de um encontro da sigla em Pernambuco. A posição oficial do PPS, porém, só será conhecida após o Congresso Nacional do partido, que acontecerá entre os dias 6 e 8 de dezembro.

Caso não consiga mobilizar os “marineiros” em torno da sua candidatura e nem consiga formar uma aliança forte o bastante para garantir tempo de televisão suficiente para reverter a queda registrada na pesquisa do Datafolha, Campos e o PSB correm o risco de, não apenas perder a disputa à Presidência da República, mas também de passar por dificuldades nos estados, já que o PT e o PSDB continuam à frente da polarização do debate eleitoral.

Confira abaixo o texto do governador Eduardo Campos postado em sua página no Facebook:

Esta semana, em Porto Alegre, dei uma palestra sobre a conjuntura econômica e política para empresários gaúchos. Foi uma oportunidade de conversarmos sobre a história recente do Brasil e o que é preciso fazer para intensificar o crescimento do País, que, sobretudo na economia, está cada vez mais desacelerado.

Após a crise econômica que afetou muitos países, existe uma necessidade de um novo modelo de desenvolvimento. Pensando em Brasil, é hora de iniciarmos um novo ciclo econômico e social, que seja capaz de preservas as conquistas dos últimos anos, e que melhore a qualidade dos serviços públicos. É preciso crescer de forma sustentável, reduzindo as desigualdades sociais que ainda assolam muitos brasileiros.

Ao mesmo tempo é preciso recuperar a confiança dos investidores, com fundamentos econômicos sólidos e consistentes. Reformas estruturais, investimentos em inovações e pesquisa e em infraestrutura são primordiais para posicionar o Brasil no mercado global, que está cada vez mais competitivo.

Nada isso, entretanto, acontecerá se não mudarmos a política brasileira. E a palavra chave para tudo isso acontecer é diálogo. Não somente entre partidos, mas entre políticos e a sociedade.

Isso não vem acontecendo. As manifestações do meio do ano mostram que existe uma grande crise de representatividade no Brasil. Muitas pesquisas mostram que mais de 70% da população brasileira quer um novo pacto político e social que expresse o desejo da sociedade inteira, e não somente deste ou daquele partido. É preciso aliar mecanismos de participação popular, mantendo um diálogo permanente com a população, além de planejamento estratégico, com gestão de metas e avaliação de resultados.

O primeiro passo para entrarmos em um novo ciclo de desenvolvimento é transformar a política. No evento, também tive a oportunidade de elencar quatro mudanças que vejo como essenciais para o surgimento de um cenário político que seja não apenas mais coerente, mas, principalmente, mais justo e transparente: mandato de cinco anos; unificação das eleições no mesmo ano; fim de coligações proporcionais que favorecem somente os partidos e não a sociedade; e a volta da cláusula de barreira.

Uma nova política é o sonho de todos os brasileiros que perceberam que o ciclo atual já se esgotou. É preciso parar de governar dizendo que “antes era pior” e começar a trabalharmos para que “amanhã seja melhor”.

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