“Em Buenos Aires, onde participou, ontem à noite, do
Primeiro Fórum de Responsabilidade Social da Argentina, ex-presidente
incentivou os jovens a entrarem na política e voltou a bater duro contra a
imprensa: "alguns canais de televisão, alguns comentaristas tentam
desacreditar a política, mas fora da política não há saída. Vira qualquer
coisa, menos democracia"; segundo o petista, homenageado pela nona vez
pelos argentinos, "em alguns países da América Latina, a imprensa
muitas vezes age como se fosse um partido político, só não tem coragem de dizer
que é"
Com novas críticas à imprensa, o
ex-presidente Lula fez um apelo em Buenos Aires, na noite desta terça-feira 15, para
que os jovens entrem na política. Fora dela, disse ele, "não há
saída". O petista participou do Primeiro Fórum de Responsabilidade Social
da Argentina, quando foi homenageado com o 9º título de Doutor Honoris Causa.
Lula foi palestrante do evento junto com o ex-presidente espanhol Felipe
González e os economistas Amartya Sen, da Índia, e Bernardo Kliksberg, da
Argentina.
De acordo com o ex-presidente, "alguns
canais de televisão, alguns comentaristas tentam desacreditar a política, mas
fora da política não há saída. Vira qualquer coisa, menos democracia". E
pediu aos jovens: "Entrem na política porque o político que você deseja
quem sabe está dentro de vocês". De acordo com relatos do jornal Valor
Econômico, Lula também fez um apelo para que manifestantes no Brasil não façam
a negação da política.
Lula voltou a dizer que, durante seu
governo, os jornais receberam muito dinheiro, mas mesmo assim não deixaram de
criticá-lo diariamente. "[Durante meu governo], meus amigos donos de
jornais ganharam muito dinheiro e nunca me deram um momento de trégua",
afirmou. Em 2005, lembrou ele, durante a crise do chamado 'mensalão', ele
relatou que "apanhava de manhã, de tarde e de noite, e enquanto eu estava
dormindo também".
O ex-presidente contou que, mesmo tendo
deixado de se informar pela imprensa, não desaprendeu nada. "Ainda tive o
prazer de deixar a presidência com 87% de bom e ótimo", disse. "Em
alguns países da América Latina", disse ele, "a imprensa muitas vezes
age como se fosse um partido político, só não tem coragem de dizer que é".
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