Bláblárina é um salto no escuro


Ela foi um ponto fora da curva em 2010. E em 2014 não fez a curva

Paulo Henrique Amorim, Conversa Afiada

Bláblárina cumpriu todo os requisitos, diria o Gilmar Mentes (*) menos um: não conseguiu as assinaturas.

Não tem, ao menos, 5% dos eleitores.

Vamos relevar os traços autoritários de uma personalidade dissimulada, obliqua, que se move por um sentimento que não tem nada de “novo” nem “revolucionário” – é a busca da forra, contra Lula e Dilma, a escolhida e, não, ela.

Despeito que se esconde na alma desde o Homem de Neandertal.

O importante é que Bláblárina demonstrou cabalmente que não soube organizar um Partido Político.

Como é que ela vai organizar a Política, se eleita ?

O ansioso blogueiro consultou o Datapadaria, do José Simão, e concluiu que os 19% da Blábárina de  2010 encolheram.

Falta-lhe, hoje, representatividade.

(E “proporcionalidade”, diria, em alemão, o ex-Supremo Presidente Supremo do Supremo, seu exaltado -e solitário – defensor.)

Quantos estão com ela ?

E que lideranças teve a seu lado, na Via Crucis do julgamento ?

Pedro Simon, respeitada liderança que anunciou, ele próprio, a aposentadoria.

Um Simon tão à vontade no PMDB quanto estaria Simão Pedro.

Miro Teixeira, formalmente do PDT, não guardou do brizolismo nem o lenço vermelho.

Miro tem assento numa única bancada, desde que Chagas Freitas se foi: a bancada da Globo Overseas.

Quantos votos tem o Miro no Rio ?

A última votação significativa de sua longa carreira foi ajudar a aprovar no Supremo o fim da Lei de Imprensa.

De lá em diante, foi lentamente ladeira abaixo.

Até subir na aventura da Bláblárina.

Que contou, cabe ressaltar, com a douta assessoria jurídica do Big Ben de Propriá, que o povo de Sergipe se recusou sistematicamente a eleger.

Com que bancada governaria a Presidenta Bláblárina ?

Com quantos deputados e senadores contaria, além, da irrefreável adesão dos Moreira Franco do PMDB ?

Com que quadros administraria o Brasil ?

Teria que recorrer à Casa das Garças, o gazebo das flores neolibelistas (**) ?

Ou ao Instituto Millenium, o nosso IPÊS ?

Ou ao Greenpeace ?

(A quem, aliás, o Putin dá tratamento apropriado, na opinião deste ansioso blogueiro.)

Bláblárina é uma aventura política.

Quem garante que, na hora da crise, ela não mande tropas ao Supremo, ao Congresso, como parecia fazer, no cerco pigal (***) ao Tribunal Superior Eleitoral ?

Ela é um risco institucional.

Uma ameaça à Constituição.

Ela não sabe para que quer governar.

Não tem uma ideia relevante, original.

Não tem régua nem compasso, visão para o país.

Na hora em que a coisa aperta e ela não tem o que propor, sugere um plebiscito.

No governo dela haveria tantos plebiscitos quanto jogos do Brasileirinho.

Ela tem compromisso com nuvens, miragens: “sustentabilidade”, por exemplo, que quer dizer tanto quanto “transparência”, ou seja, nada.

Bláblárina está a 180 graus de separação dos problemas do país.

Ela joga damas num jogo de xadrez.

O Miro, experiente,  poderia recomendar que ela tivesse uma conversinha com o Senador Collor, para saber quanto lhe custou Governar sem o Congresso – e contra o Congresso.

Ou com o Ciro Gomes, que acha o Eduardo Campriles um “zero” e a Bláblárina um risco à Democracia.

Quem a apoiaria (até a véspera de cair) ?

Os Verdes da Globo Overseas, o pessoal que entende de AR e Água ?

Bláblárina é um equivoco como Evangélica.

Ela ainda é Criacionista, contra o Darwin ?

Como Verde.

(O desmatamento caiu depois que ela saiu do Ministério do Verde.)

Como bióloga – o Lula provou que ela não entende nada de bagre .

Como mulher na política – que causas da mulher ela defende, que bandeiras empunhou ?

Como defensora das minorias étnicas, cujos Direitos Civis, na Amazônia, são impiedosamente desrespeitados.

E ela preocupada com o Código Florestal.

O que os seringueiros do Chico Mendes  acham do Código Florestal ?

Ou estão mais preocupados com os Direitos Trabalhistas ?

E um equivoco como política.

O que marcou sua passagem pelo Senado ?

Bláblárina tem uma questão a acertar com a Historia; ela combateu, torpedeou as usinas de Jirau e Santo Antônio no Madeira, e Belo Monte, no Xingu, dois patrimônios econômicos do Brasil.

Ela, provavelmente, iria substitui-las pela energia de Fukushima !

Ela foi um ponto fora da curva de 2010.

Na campanha que o Padim Pade Cerra levou para o aborto (no Chile … pode) a ponto de exigir a intervenção do Papa (o anterior…).

Fora do PT e do Acre ela perdeu a bússola.

E se tornou, apenas, raivosa.

Pra dentro.

O Gilmar é que é pra fora.”

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