Vozes de movimentos sociais e Grito dos Excluídos prevalecem no Rio de Janeiro


Os movimentos sociais prevaleceram sobre a convocação da extrema direita nas ruas do Rio

Arthur William, Correio do Brasil

“Diversos protestos pelas ruas do centro marcaram a manhã deste dia 7 de setembro no Rio de Janeiro. A partir das 10h, movimentos sociais organizaram a 19ª edição do Grito dos Excluídos. Inicialmente, a polícia fez um cerco à concentração impedindo que os manifestantes tomassem a pista da Avenida Presidente Vargas. Após o fim do desfile militar, a passeata seguiu até a estátua de Zumbi dos Palmares nas proximidades do sambódromo.

Em diversos momentos manifestantes foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo. Uma parte do grupo foi cercada perto da Praça da República enfrentando dificuldades para chegar até o final do percurso. Vaias foram ouvidas quando os tanques do Exército e a Guarda Municipal iniciaram sua apresentação. Já os bombeiros foram aplaudidos pela população carioca.

Apesar de a maioria presente exibir faixas com lutas históricas dos movimentos sociais, alguns poucos mostravam cartazes contra o governo federal e até mesmo pedindo intervenção militar no país. A grande maioria das vozes exigia uma explicação para o desaparecimento do morador da favela da Rocinha, Amarildo, e criticavam o governador Sergio Cabral e o prefeito Eduardo Paes, além de cantarem contra a realização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016.

Um dos organizadores do Gritos dos Excluídos, Marcelo Durão (MST), disse que a marcha era planejada desde maio com diversas organizações, mas acredita que as mobilizações de junho ajudaram na forte participação dos jovens. A edição de 2013 teve como tema “Juventude que ousa lutar constrói o poder popular”, trazendo para as ruas reivindicações de sindicatos, partidos políticos e movimentos da cidade e do campo. Entre elas, a reforma agrária, a reforma urbana, educação, saúde, transporte público e a luta contra a homofobia, o assassinato da juventude negra, a violência policial e pelo fim das UPPs.

Antes das 8h, manifestantes se reuniram na Avenida Passos, local próximo de onde acontecia o desfile militar em comemoração à independência. Algumas pessoas foram detidas pela polícia por usarem máscaras. Ao final do desfile, policiais militares dispersaram um outro protesto na altura da Central do Brasil com violência. Algumas crianças e idosos que acompanhavam o evento ficaram feridos. O repórter Patrick Granja, do jornal A Nova Democracia, foi detido. Um novo confronto ocorreu na Praça Tiradentes.

A proibição de máscaras nas manifestações prejudicou o trabalho de ajuda aos feridos. A polícia apreendeu as máscaras médicas de um grupo de socorristas voluntários."

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