Karine Melo, Agência Brasil
O presidente do partido e governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, evitou dizer que a decisão signifique um rompimento
com a presidenta Dilma Rousseff, com quem ele vai se encontrar hoje no Palácio
Planalto. Campos disse que vai comunicar a decisão do partido em “tom de muito
respeito”. Segundo ele, o PSB tem pontos de divergência com o Planalto, que
eram difíceis de ser explicitados, pelo fato de o partido servir ao governo. “Agora
fica mais fácil fazer o debate sem nenhum tipo de constrangimento”, avaliou.
O líder do partido na Câmara, deputado Beto
Albuquerque (RS), disse que a partir de agora a posição do PSB no Congresso
será de independência. “Nós não estaremos na Esplanada dos Ministérios, nós não
vamos governar juntos, não teremos cargos no governo, mas as pautas que mereçam
mérito terão o nosso apoio, não tenham dúvida nenhuma. Não somos governistas,
governistas são aqueles que estão agarrados não em princípios, mas em
interesses e, às vezes, no governo a vida toda. Nós não somos governistas,
somos independentes”, explicou ressaltando que “divórcio é divórcio, amigável
ou não”.
Albuquerque cobrou que, nos seis estados
governados pela legenda (ES, AP, PB, PI, PE, CE), o PT devolva os cargos que
ocupa. “Quem pede aqui tem que ser coerente lá na ponta. Seria no mínimo
altivo, de algumas lideranças, que nos cobraram nacionalmente, agirem da mesma
forma como nós estamos agindo no plano nacional, entregando seus cargos aos
nossos governadores”, disse.
Apesar da cobrança de Albuquerque, Eduardo
Campos, disse que não cabe à Executiva interferir nessa questão. Cada estado
vai agir como entender melhor. “É a opinião do líder Beto Albuquerque, mas nós
não deliberamos sobre isso, pelo contrário, nós explicitamos que em cada estado
a direção estadual vai decidir”. Para ele, os governadores do PSB, que
desejarem continuar com integrantes do PT em suas equipes, terão liberdade para
isso.
O ministro da Integração Nacional, Fernando
Bezerra, disse estar tranquilo com a decisão do partido. O objetivo, segundo
ele, é que Dilma fique à vontade, com liberdade, para fazer as mudanças que
julgar necessárias. “Espero poder conversar com ela (Dilma) para agradecer a
oportunidade de servir ao Brasil como seu ministro da Integração Nacional”,
disse Bezerra que aguarda uma reunião com a presidenta.
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