O Dr. Coxinha agora que ir à periferia. Mas só para ameaçar os médicos


Fernando Brito, Tijolaço

“O Conselho Federal de Medicina não desiste e parte para um novo round de sabotagem contra o programa Mais Médicos.

Derrotado na Justiça na sua tentativa de negar registro específico para os profissionais do programa, agora quer endereços profissionais  e nomes dos orientadores e supervisores de cada um deles.

Está claro que pretende intimidar os médicos brasileiros que coordenam os estrangeiros e em sua nota chegam a falar que “eles são corresponsáveis pelas orientações dadas aos seus pós-graduandos ou supervisionados. Na existência de fato concreto que justifique a abertura de sindicância ou processo, será feita análise caso a caso”.

A cara de pau é tão grande que chegam a dizer que “exercerão o seu munus de fiscalização no âmbito do Programa Mais Médicos com o mesmo rigor e zelo com os quais realiza as suas fiscalizações no contexto do exercício profissional da medicina no país”.

É piada, Dr. Coxinha?

Quando é que os senhores do CFM foram fiscalizar e coibir qualquer picaretagem médica? Os médicos que batiam ponto com “dedinho de silicone” foram punidos? Alguém foi a um posto de saúde habitado por médicos-fantasmas para ver se eles trabalham?

Os Conselhos, em geral, só atuam quando o assunto repercute na mídia ou as queixas de gente mutilada por açougueiros se avolumam a tal ponto que são obrigados a agir.

No famoso caso do estuprador Roger Abdelmassih, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo mandou pro arquivo a denúncia feita contra ele em 1994 e só quinze anos depois, quando o Ministério Público enviou nada menos que 51 denúncias de abuso sexual é que se dignaram a agir. E olha que as vítimas eram, na maioria, pessoas com recursos e não gente pobre “que nem tem com quem contar”, como nos versos. Assim mesmo, passaram-se dois anos até a cassação.

Mas, Dr. Coxinha, o que dana você é que a verdade surge com a realidade, não com a sua hipocrisia cruel.

Para cada coxinha furioso, haverá dez, cinquenta, 100 brasileiros respeitados.

Um, um, apenas um médico, como você pode ver nessa reportagem de TV em Alagoas, é muito para alguém.

E virão mais, muitos mais médicos, para muita gente.

O nosso povo pobre ama os médicos. Vocês é que odeiam o povo.”

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