Marli Moreira, Agência Brasil
“A concessão crédito no Brasil atingiu, em
junho último, R$ 2,5 trilhões, volume que representa uma expansão de 563,8%
sobre a quantia relativa ao mesmo mês de 2003, quando havia alcançado R$ 381,3
bilhões. Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), que é o total da riqueza
produzida no país, o volume subiu de 24,7% para 55,2%. Os dados são do estudo
feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade
(Anefac).
O levantamento indica uma elevação maior
entre as pessoas físicas. Esses tomadores ampliaram as suas demandas por
crédito em 766,7%, nos últimos dez anos, passando de R$ 82,5 bilhões para R$
715,2 bilhões, enquanto que o crédito tomado pelas empresas saltou de R$ 132,2
bilhões para R$ 730,3 bilhões, uma alta de 452,4%.
A taxa de juros caiu, na média, 30 pontos
percentuais. Era 56,7% em junho de 2003 e atingiu 26,5%, em junho último. Nas
linhas restritas às empresas, o índice baixou de 38,6% para 19,3%, um recuo de
19,3 pontos percentuais. Para esses tomadores, o prazo médio para parcelar a
dívida atingiu 30,1 meses, ante 5,7 meses oferecidos anteriormente.
Para as pessoas físicas, a taxa de juros
reduziu de 81,4% para 34,9% ao ano, uma diminuição de 46,5 pontos percentuais. O
prazo de pagamento, que era 9,8 meses, aumentou para 47,9 meses, correspondente
a uma ampliação de 388,8%.
O diretor executivo de Estudos e Pesquisas
Econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, observou que as
operações de crédito envolveram um ambiente de redução das taxas de juros e dos
spreads bancários (diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a
taxa que ele paga ao captar dinheiro), além de aumento dos prazos médios de
financiamento e de queda de 5,2 pontos percentuais na inadimplência.
Na avaliação dele, existem condições
favoráveis na economia para que se conceda cada vez mais crédito. “Tivemos
algumas turbulências, com as instituições financeiras do setor privado mais
seletivas, mas essas restrições foram compensadas pelos bancos públicos e ainda
temos como avançar mais”, disse o executivo. Segundo ele, em países com tamanho
da economia semelhante ao do Brasil, o volume de crédito atinge 100% do PIB.”
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