“Nova reportagem da revista mostra que
servidores de primeiro e segundo escalões da administração paulista envolvidos
no cartel do metrô são ligados aos principais líderes tucanos no Estado; eles
atuaram sob o comando de dois homens de confiança de Serra e Alckmin, seus
secretários de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella e Jurandir
Fernandes
A revista Istoé volta a tratar das investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Ministério Público sobre o cartel do metrô em São Paulo na edição desta semana. Segundo a matéria, quadros importantes do PSDB levaram propinas e irrigaram campanhas eleitorais com recursos públicos.
“O esquema paulista distingue-se pelo pioneirismo (começou a funcionar em 1998, em meio ao governo do tucano Mário Covas), duração, tamanho e valores envolvidos – quase meio bilhão de reais drenados durante as administrações tucanas. Porém, ainda mais importante, o escândalo do Metrô em São Paulo já tem identificada a participação de agentes públicos ligados ao partido instalado no poder”, diz a reportagem
Ao contrário do que afirmaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra na quinta-feira 15, servidores de primeiro e segundo escalões da administração paulista envolvidos no escândalo são ligados aos principais líderes tucanos no Estado. Isso já está claro nas investigações.
A Istoé informa que pelo menos cinco
autoridades estão envolvidas no propinoduto. Eles teriam firmado contratos
irregulares ou intermediado o recebimento de suborno, atuaram sob o comando de
dois homens de confiança de José Serra e do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin: seus secretários de Transportes Metropolitanos. José Luiz Portella,
secretário de Serra, e Jurandir Fernandes, secretário de Alckmin, chefiaram de
perto e coordenaram as atividades dos altos executivos enrolados na
investigação. O grupo é composto pelos técnicos Décio Tambelli, ex-diretor de
operação do Metrô e atualmente coordenador da Comissão de Monitoramento das
Concessões e Permissões da Secretaria de Transportes Metropolitanos, José Luiz
Lavorente, diretor de Operação e Manutenção da CPTM, Ademir Venâncio, ex-
diretor de engenharia da estatal de trens, e os ex-presidentes do metrô e da
CPTM, José Jorge Fagali e Sérgio Avelleda.
Segundo documentos em poder do CADE e
Ministério Público, estes cinco personagens, afamados como bons quadros
tucanos, se valeram de seus cargos nas estatais paulistas para atender, ao
mesmo tempo, aos interesses das empresas do cartel na área de transporte sobre
trilhos e às conveniências políticas de seus chefes. Em troca de benefícios
para si ou para os governos tucanos, forneciam informações privilegiadas,
direcionavam licitações ou faziam vista grossa para prejuízos milionários ao
erário paulista em contratos superfaturados firmados pelo metrô. As
investigações mostram que estes técnicos do Metrô e da CPTM transitaram pelos
governos de Serra e Alckmin operando em maior ou menor grau, mas sempre a favor
do esquema.”
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