“O Ministério da Educação quer levar
professores a escolas onde faltam docentes em ação semelhante ao Mais Médicos,
segundo anunciou o ministro Aloizio Mercadante; a intenção é que, mediante o
pagamento de uma bolsa, professores se disponham a reforçar o quadro dessas
escolas
Mariana Tokarnia, Agência Brasil / Brasil247
O Ministério da Educação (MEC) quer levar
professores a escolas onde faltam docentes em ação semelhante ao Mais Médicos. O
Mais Professores faz parte do Compromisso Nacional pelo Ensino Médio,
apresentado hoje (21) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante, na Câmara
dos Deputados. A criação do programa já havia sido comentada antes pelo ministro,
mas é a primeira vez que é apresentado em detalhes.
Segundo Mercadante, o compromisso ainda
está em fase de desenvolvimento e depende do Orçamento disponível. Entre as
ações do programa, está a proposta de levar professores a escolas de municípios
com índices de desenvolvimento humano baixos ou muito baixos e que tenham um
baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) - índice calculado a
partir do fluxo escolar e o desempenhos dos estudantes em avaliações nacionais.
A intenção é que, mediante o pagamento de
uma bolsa, professores se disponham a reforçar o quadro dessas escolas. Para as
escolas com baixo rendimento, a pasta quer atrair bons professores para
melhorar o ambiente acadêmico. Caso não haja professores disponíveis na rede, o
MEC cogita a participação de professores aposentados que queiram voltar às
salas de aula.
Segundo Mercadante, as áreas com as maiores
carências de professores são matemática, física, química e inglês. O ministro
diz que as disciplinas representam cerca de 3% das matrículas de ensino
superior, índice que tem se mantido constante. O Mais Professores, esclarece o
ministro, ainda é uma proposta em aberto.
Além de atrair professores para áreas
carentes, o compromisso propõe o aperfeiçoamento da formação continuada dos
docentes, com o desenvolvimento de material didático específico e a criação da
Universidade do Professor, uma rede que vai concentrar todas as iniciativas
voltadas para a formação docente. Pretende-se que em um mesmo portal o professor
possa acessar todos os cursos e programas disponíveis.
O compromisso prevê também um redesenho
curricular do ensino médio, para que as disciplinas ensinadas tenham uma maior
integração entre si. Para que o ensino seja melhorado, a pasta aposta na
educação integral. Para 2013, segundo o ministro, está prevista a adesão de 5
mil escolas no ensino de dois turnos. No ano que vem, serão 10 mil centros de
ensino.
Faz parte do compromisso a ação Quero ser
Professor, Quero ser Cientista, com a oferta de 100 mil bolsas de estudo para
jovens que queiram ingressar na área de exatas. Além disso, o ministério
desenvolveu, em conjunto com pesquisadores, um kit para estimular o interesse pelas ciências. "Vamos
distribuir os kits de ciências para alunos de toda a rede. Ele vai
poder manipular, usar. É inspirado em alguns brinquedos, mas mais sofisticado e
barato", explicou Mercadante.
Mercadante diz que o ensino médio é uma
fase que precisa de atenção. "Andamos muito nos anos iniciais [do ensino
fundamental], melhoramos nos anos finais e simplesmente atingimos a meta [do
Ideb] no ensino médio. O que é pouco. Ainda precisamos de um salto de
qualidade", disse.
Em 2012, 8.376.852 alunos estavam
matriculados regularmente e 1.345.864 cursavam o ensino médio pelo Educação de
Jovens e Adultos (EJA), de acordo com o Censo Escolar. A maioria das matrículas
do ensino médio está na rede estadual de ensino (84,9%). As escolas privadas
ficam com 12,7% das matrículas, as escolas federais com 1,5% e as municipais
com 0,9%.
A defasagem idade-série ainda é alta,
segundo o MEC, em 2012, dos estudantes matriculados no período, 31,1% têm idade
acima do esperado para a série que cursam.”
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