Fernando Brito, Tijolaço
“O nosso país não é uma maravilha…
A Siemens e a Alstom, duas campeãs mundiais
no pagamento de suborno (clique aqui e aqui para ver o currículo global de suborno de cada uma)
patrocinam, no Brasil, ninguém menos que o Instituto Ethos, uma organização que
tem como objetivo, diz ela, combater “a utilização do tráfico de influência e o
oferecimento ou o recebimento de suborno ou propina por parte de qualquer
pessoa ou entidade pública ou privada”.
E o Ethos, convidado pelo Governador
Geraldo Alckmin, vai integrar a “Comissão Pró-Transparência” do escândalo
do metrô e dos trens paulistas superfaturados com a Siemens e a Alstom!
Jabuticabas, por favor!
O vice-presidente do Ethos, Paulo
Itacarambi, disse não haver conflito de interesses no fato de ser patrocinado
pelas duas empresas. E disse à Folha que recebe ‘apenas” R$ 18 mil e R$ 14
mil ao ano da Alston e da Siemens, respectivamente.
Não é verdade.
Só a Siemens destinou US$ 3 milhões para um
dos projetos do Ethos, os “Jogos Limpos”. Não foi o Banco Mundial que
selecionou os projetos aos quais seria destinado dinheiro das sanções sofridas
pela empresa por corrupção. O Banco Mundial apenas acompanha, com direito de
veto, a escolha dos programas.
A Alstom também não é uma mera sócia
contribuinte. Foi, ao lado da Siemens e de outras empresas, a patrocinadora,
pasmem da edição de uma revista sobre responsabilidade das empresas em
relação às eleições
Aliás, como organizador do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção, o Ethos
também não sabia das condenações da Siemens e da Alstom por distribuírem
propina a rodo, mundo afora e das denúncias aqui e convidou as raposas para
tomarem conta do galinheiro?
Parece que o pessoal do Ethos é tão
desentendido como o Alckmin, que não sabia de nada e se deparou com 45
investigações do Ministério Público Estadual.
A ética da jabuticaba lembra aquela
história do mafioso que mandava matar e levava flores ao enterro.
Aqui, roubam e com um trocado deste
dinheiro financiam as ONGs da “honestidade”.
E ainda é dedutível no Imposto de Renda!”
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