Voo das babás afunda Cabral e liquida Pezão


Uso e abuso familiar em helicóptero oficial de R$ 15 milhões (e em mais seis outros aparelhos), cuja manutenção custa o equivalente ao combustível para 300 carros por mês, atinge não apenas governador Sergio Cabral (PMDB-RJ); pré-candidatura do vice Luiz Fernando Pezão, em quarto lugar nas pesquisas, tem casco arrombado; partido inicia procura de novo nome para não implodir; prefeito Eduardo Paes e deputado Leonardo Picciani em estado de alerta; Cabral diz que só o volta Lula pode salvá-lo, mas o que Lula tem a ver com os voos das babás e do cãozinho Juquinha?


O "Voo das Babás", um dos assuntos mais populares nas rodas de conversa do Rio de Janeiro, está mudando tudo na política do segundo Estado mais populoso do País. Acertado em cheio, a ponto de ter de dar as costas a jornalistas, encerrando abruptamente uma entrevista coletiva, sem resposta frente a denúncia de uso e abuso familiar do helicóptero do governo estadual para voos particulares, o governador Sergio Cabral está paralisado. O tiro certeiro arrombou o casco da candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão, carregado por Cabral. Em quarto lugar nas pesquisas antes da descoberta do escândalo, agora é que Pezão dificilmente irá evitar um naufrágio prematuro.

O PMDB fluminense tenta entender os efeitos do que está acontecendo. As críticas ao comportamento de Cabral vem da próprio partido, no momento em que a legenda empreende um esforço de qualificação de seus quadros e aprofundamento de suas raízes populares. A candidatura de Pezão, que sofreu desde o início críticas do presidente regional da legenda, Jorge Piciani, tende a ser cada vez mais questionada. O que foi um consenso acertado a fórceps por Cabral está se esgarçando rapidamente.

O governador quer a volta do ex-presidente Lula ao cenário político, como candidato a presidente, para fazer valer a amizade com ele e tentar reerguer seu prestígio. Mas nem isso une o PMDB fluminense. E, ademais, ninguém sabe porque Lula irá querer carregar Cabral em lugar de navegar ao lado do senador Lindbergh Farias, em segundo lugar nas pesquisas, atrás do ex-governador Anthony Garotinho

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, já avisou que não quer ser candidato a governador, determinado a cumprir seu mandato até a Olimpíada de 2016. Com isso, crescem as chances de o deputado federal Leonardo Picciani se tornar um nome que agrade as três principais correntes partidárias: a de seu pai, o presidente Jorge, a do prefeito e a do governador.

Jovem e preparado, Picciani pode iniciar uma corrida por fora com chances de avançar no decorrer da eleição, que ainda está longe O PMDB fluminense tem uma chance, e ela não passa mais por Cabral e Pezão.”

Comentários

yarle disse…
Acho q isso é um exageiro desproporcional, alem do cabral ser um bom governador, esse lance do helicóptero não é nada de mais...
Hipólito da Costa disse…
Tropeçando na própria incompetência, Sérgio Cabral vem, ao longo de sua carreira política, acumulando derrotas que muitas vezes passam despercebidas. No quesito malandragem não resta dúvida de que Cabral é um dos mais espertos. Porém, em se tratando de estratégias que não sejam imediatistas, o sujeito comete erros políticos primários, principalmente por conta de sua prepotência. Nos faz lembrar o caso do ‘insuperável’ transatlântico inglês, com a qual ‘nem Deus podia’ segundo seus próprios construtores navais. E que se transformou no maior naufrágio da história. No Rio de Janeiro está acontecendo algo parecido com o caso do luxuoso transatlântico. Navegando com a soberba de construtor naval inglês, o Titanic do governador já tem dia e hora marcados para afundar.