Retrato da 'crise': 123 mil novos empregos em junho


Precisamente, foram abertos 123.836 postos formais de trabalho no mês passado, quase 72% a mais do que o volume de maio, que teve saldo positivo de 72.028 empregos; resultado de junho também foi melhor que o do mesmo mês um ano atrás, com 120.440 vagas criadas; dados são do Caged, divulgados nesta terça-feira 23; mídia tradicional não acreditou quando presidente Dilma Rousseff, em abril, rechaçou propostas tresloucadas de cortar empregos como forma de baixar a inflação; "Essa gente está equivocada, não estamos pensando em reduzir empregos", sublinhou; naufraga também agora torcida organizada para apear da Fazenda o ministro Guido Mantega; o que pode ser melhor para uma economia do que criar empregos aos milhares em pleno refluxo global?


A criação de empregos formais surpreendeu no mês de junho: foram abertas 123.836 vagas de trabalho, quase 72% a mais do que o volume visto em maio, de 72.028 empregos. O resultado do mês passado também foi melhor do que o visto um ano antes, de 120.440 postos, nos dados sem ajustes, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira 23.

Em maio, no último dado disponível, a taxa de desemprego mostrou resistência ao se manter em 5,8%, marcando o quinto mês sem queda, ao mesmo tempo em que o rendimento da população recuou pelo terceiro mês seguido. Entre janeiro e junho passados, foram abertas 826.168 vagas com carteira assinada no País. O mercado de trabalho é um dos principais responsáveis pela sustentação da economia.

Para o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, o resultado do mês mantém a tendência de crescimento do emprego, visto que a geração de vagas no mês supera ligeiramente o registrado em junho do ano passado e o número de empregos do maio desse ano. "Foi um bom resultado para o mês, se considerarmos as condições do emprego no atual momento. A expectativa é que esse comportamento seja a continuidade da trajetória de crescimento", afirmou.

Os baixos índices de desemprego do País são frequentemente destacados pela presidente Dilma Rousseff em seus discursos, que costuma comparar o Brasil com países da Europa, atualmente sob forte crise. Há cerca de dois meses, ela criticou sugestões de analistas econômicos, como o ex-diretor do Banco Central Ilan Goldfajn, que defenderam o desaquecimento do mercado de trabalho como solução para combater a inflação.

"Tem muita gente que fica dizendo por aí que nós temos que reduzir o emprego. 'Ah, tem de desempregar'. Tem muita gente falando isso, muita também não é, é pouca, mas faz barulho. Essa gente está equivocada", declarou Dilma, num discurso feito em abril no Rio Grande do Sul. Em São Paulo, um mês depois, ela defendeu medidas de fortalecimento às pequenas e médias empresas, geradoras de empregos, e reafirmou: "Não estamos pensando em reduzir empregos".

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