"O governo brasileiro expressa sua
indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao presidente Evo Morales por
alguns países europeus, que impediram o sobrevoo do avião presidencial
boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito",
diz a presidente Dilma Rousseff em nota; "O constrangimento ao presidente
Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina", critica
Dilma; Itamaraty vinha recebendo críticas pelo silêncio diante do caso ao longo
de todo o dia
A presidente Dilma Rousseff emitiu nota nesta quarta-feira para expressou "repúdio e indignação" diante do constrangimento imposto ao presidente da Bolívia, Evo Morales, cujo avião foi impedido de sobrevor o território de alguns países europeus. Países domo Portugal, França e Itália impuseram a proibição diante da suspeita de que a aeronave levava o ex-agente da CIA Edward Snowden.
Segundo a nota, o constrangimento não atinge somente a Bolívia, mas a toda América Latina, comprometendo o diálogo entre os continentes e possíveis negociações entre eles. Dilma ainda afirma que encaminhará iniciativas em todas as instâncias multilaterais para que situações como essa nunca se repita.
A demora para o Brasil se posicionar sobre o assunto vinha rendendo críticas ao Itamaraty, como a feita pelo jornalista Breno Altman (leia).
Leia a íntegra da nota de Dilma:
O governo brasileiro expressa sua indignação e repúdio ao constrangimento imposto ao presidente Evo Morales por alguns países europeus, que impediram o sobrevoo do avião presidencial boliviano por seu espaço aéreo, depois de haver autorizado seu trânsito.
O noticiado pretexto dessa atitude inaceitável – a suposta presença de Edward Snowden no avião do Presidente –, além de fantasiosa, é grave desrespeito ao Direito e às práticas internacionais e às normas civilizadas de convivência entre as nações. Acarretou, o que é mais grave, risco de vida para o dirigente boliviano e seus colaboradores.
Causa surpresa e espanto que a postura de certos governos europeus tenha sido adotada ao mesmo momento em que alguns desses mesmos governos denunciavam a espionagem de seus funcionários por parte dos Estados Unidos, chegando a afirmar que essas ações comprometiam um futuro acordo comercial entre este país e a União Europeia.
O constrangimento ao presidente Morales atinge não só à Bolívia, mas a toda América Latina. Compromete o diálogo entre os dois continentes e possíveis negociações entre eles. Exige pronta explicação e correspondentes escusas por parte dos países envolvidos nesta provocação.
O governo brasileiro expressa sua mais ampla solidariedade ao presidente Evo Morales e encaminhará iniciativas em todas instâncias multilaterais, especialmente em nosso continente, para que situações como essa nunca mais se repitam.
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
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