Sites de jornais só conseguem 1,3% do tempo passado na Internet


Metade dos jornais americanos estão a cobrar online por conteúdos AFP

Números da Associação Mundial de Jornais mostram que, globalmente, a circulação de jornais caiu apenas 0,9%, sustentada pelo crescimento na Ásia, Oceânia e América Latina.


A Associação Mundial de Jornais (conhecida pela sigla WAN-IFRA) divulgou nesta segunda-feira o relatório anual em que traça o estado do sector. Uma das conclusões indica que, embora a Internet seja um meio comum para obter informação, os sites de jornais não atraem utilizadores durante muito tempo.
“Um dos maiores desafios para os editores continua a ser como aumentar a interacção das audiências com as plataformas digitais”, lê-se na síntese do relatório, que abarca dados de 70 países, entre 2006 e 2012. “Apesar de mais de metade da população digital visitar sites de jornais, os jornais são uma parte pequena do total de consumo na Internet, representando apenas 7% das visitas, apenas 1,3% do tempo gasto e apenas 0,9% do total de páginas visitadas”.

No que diz respeito às edições impressas, os dados continuam a apontar uma tendência que se verifica há anos: a queda da circulação e da publicidade nos mercados desenvolvidos, praticamente compensada em termos globais pelas subidas nos países em desenvolvimento.

Globalmente, a circulação de jornais caiu 0,9%, sustentada pelo crescimento na Ásia, Oceânia e América Latina. Entre 2011 e 2012, a circulação caiu 6,6% na América do Norte, 5,3% na Europa Ocidental e 8,2% na Europa de Leste.

Já os números dos cinco anos até 2012 mostram uma quebra acentuada, liderada pelo mercado europeu: circularam menos 24,8% de jornais na Europa Ocidental e menos 27,4% na Europa de Leste, ao passo que na América do Norte a quebra foi de 13%. As assinaturas caíram menos do que as vendas em banca.

A Associação Mundial de Jornais sublinha que muitos títulos estão a optar por modelos de conteúdo pago online e cita dados dos EUA, onde metade dos jornais enveredaram por esta via. O modelo preferido é o de estabelecer uma barreira de pagamento a partir de um determinado número de artigos gratuitos. O norte-americano The New York Times e o inglês Financial Times estão entre os que adoptaram este modelo com resultados que as respectivas empresas consideram positivos.

O relatório aponta ainda a importância dos dispositivos móveis: “Telemóveis e tablets estão rapidamente a tornar-se o meio escolhido por muitos consumidores de notícias, representando 20% das páginas visualizadas nos mercados onde existem dados”.

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