Manifestantes em frente à Prefeitura de São Paulo durante protesto contra o aumento das passagens em São Paulo. Foto: GABRIELA BILÓ/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO |
"Sem entrar no mérito, motivações ou
objetivos das manifestações lideradas pelo Movimento Passe Livre, que conta com
o apoio da maioria da população segundo as pesquisas, o fato é que a vida de
quem mora em São Paulo,
que já não era fácil, transformou-se num inferno nos últimos dias, com
prejuízos incalculáveis de toda ordem para trabalhadores, estudantes e
empresas.
Até quando isso?, perguntou-me logo cedo a
Edite, nobre e tranquila senhora baiana, que há séculos trabalha com a gente,
sem nunca reclamar da vida, mas agora também até ela já está perdendo
a paciência.
Este é o outro lado da história que a
imprensa e seus cientistas políticos de plantão ainda não abordaram, nem
ninguém se deu ao trabalho de calcular os prejuízos causados à população, que
não são só financeiros, mas humanos. Se fizerem as contas, podem descobrir
que as perdas para a cidade já são maiores do que os ganhos para as
empresas de ônibus com o aumento das tarifas.
E que nesta quarta-feira, os transtornos
para os cidadãos comuns, que não estão envolvidos nas passeatas, começou mais
cedo. Por volta das sete da manhã, cerca de 300 manifestantes queimaram pneus e
pedaços de madeira no quilômetro 23 da Anchieta, fechando um trecho no sentido
capital da rodovia que liga a região industrial do ABC a São
Paulo. Só saíram de lá uma hora depois, em direção à Prefeitura de São
Bernardo do Campo, fazendo com que milhares de trabalhadores chegassem
atrasados ao serviço.
Manifestantes lotaram a esquina das avenidas São Luiz e Ipiranga, na região central da cidade de SP. Foto: Debora Suconic/Especial para o R7 |
Não sou de acreditar em conspirações, mas tem algo de muito estranho acontecendo quando um grupo de celerados passa horas depredando a sede da Prefeitura, bota fogo no carro de reportagens externas da Record, com os funcionários dentro, e depois sai saqueando e destruindo lojas, tudo sem ser molestado _ e fica tudo por isso mesmo, até o próximo protesto.
Como diz a dona Edite, até quando?
Em tempo: não deixem de ler hoje o blog "Escrevinhador", do meu colega Rodrigo Vianna, que estava lá no Viaduto do Chá na hora do vandalismo em frente à Prefeitura de São Paulo, viu tudo e faz um relato completo e assustador.
Para acessar:
htpp://www.rodrigovianna.com.br/palavra-minha/foda-se-o-brasil-gritava-o-rapaz-em-sp.html
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