SP, BH, Recife e Curitiba têm "Marchas das Vadias"


Eventos chamam mulheres para ir às ruas gritar pela autonomia do próprio corpo / Gabriel Bonis

Sábado e domingo feministas saem às ruas (Florianópolis e Porto Alegre também estão na lista) contra a violência de gênero e pela autonomia do próprio corpo


Diversos coletivos e grupos feministas se articulam para realizar as Marchas das Vadias 2013 em diversas capitais do Brasil. Os eventos surgem com o objetivo de expor a luta da mulher pela autonomia do seu próprio corpo, além de discutir os índices de criminalidade contra a mulher. O intuito é fazer com que mais vítimas denunciem seus agressores, reduzindo a impunidade.

O evento teve início na cidade de Toronto, no Canadá, em 2011, quando o policial Michael Sanguinetti pediu às estudantes da Universidade de Toronto que evitassem “se vestir como vadias” para não serem vítimas de estupro. A partir disso se propôs a marcha, cuja grande vertente é tirar uma suposta culpa da mulher pelo estupro e imputá-la apenas ao agressor.

O movimento Marcha das Vadias Sampa esclarece que o uso do termo "vadia" é uma maneira de ressignificar a palavra, de maneira que ela não tenha mais uma conotação negativa e de depreciação.

Keyciane Martins, organizadora da 1ª Marcha das Vadias de São Luís, realizada em maio do ano passado, diz que um passo importante pelo qual a organização das marchas passa é entender a luta que elas compõe. "A gente via uma demanda muito grande querendo discutir e debater a questão da mulher, para entender mesmo o que é ser mulher hoje", diz ela. Segundo Keyciane, ele não participava de nenhum movimento organizado, mas viu a possibilidade de iniciar esse debate. "Eu não participo de nenhum movimento, mas tenho a ideologia de que pessoas podem fazer. A primeira marcha de São Luís foi idealizada por mim, minha irmã e uma amiga. Depois chamamos movimentos e coletivos pra integrar e conseguimos colocar em prática." Para ela, esse primeiro passo foi importante porque deu vazão à demanda, que agora é comandada por movimentos mais organizados. "Não faço mais parte do movimento, mas os movimentos já estão se reunindo para programar a marcha deste ano". A data e o local do evento deste ano ainda não foram confirmados.

Veja abaixo as datas já confirmadas das principais marchas ao longo do País:

Florianópolis: também no sábado 25, com concentração à partir das 10 horas. O evento acontece no centro da cidade, em frente a catedral.

São Paulo: sábado 25, a partir do meio dia, com a confecção de cartazes, na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.

Belo Horizonte: também no sábado, a partir das 13h, na Praça Rodoviária. Durante o dia acontecerão oficinas de cartazes e rodas de conversa sobre sexualidade, gênero e violência contra as mulheres.

Recife: à partir das 14h, no sábado, na Praça do Derby. "Chame amigas e amigos. Não é um evento sobre sexo, é sobre violência", diz o cartaz que chama para a participação.

Curitiba: Curitiba não fará uma Marcha, mas uma Vigília Feminista, um ato em apoio às diversas marchas que ocorrem pelo país, também no sábado 25, a partir das 19h, na Praça 19 de dezembro. A organização pede para que levem lampiões, velas, poesia e música para comporem o ato.

Porto Alegre: acontece no domingo 26, às 16 horas. A concentração é no Monumento ao Expedicionário, no Parque Farroupilha (Redenção).

Belém: na segunda-feira 27, na Escadinha da estação das Docas, com concentração às 9 horas.

Distrito Federal: dia 8 de junho, na Conic – Praça Central. As reuniões preparatórias ainda estão acontecendo.

Rio de Janeiro: na capital carioca, a Marcha está programada para acontecer em julho, no dia 17.

Vitória: também programada para o mês de julho, acontece no dia 20, com centração na Rua Constante Sodré, Santa Lúcia. A próxima reunião da organização acontece no sábado 25, depois da Marcha da Maconha, programada para acontecer às 17 horas.’

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