“Durante o auge da doutrina neoliberal na
década de noventa, Francis Fukuyama, teórico oficial da Nova Ordem mundial
recém imposta aos povos, profetizava, com a soberba típica dos poderosos, que a
História tinha acabado.
Eduardo Bomfim, Vermelho
A tradução literal de tamanho disparate era
a falsa conclusão de que haviam desaparecido as contradições antagônicas entre
as classes sociais e de quebra extinguia-se também a existência de uma potência
militar imperialista e o seu papel agressor contra os Países no planeta.
Mais que uma constatação propositalmente errônea, era a conclamação aos trabalhadores e demais camadas assalariadas e às nações que lutavam por um lugar ao sol, à mais óbvia capitulação da luta social emancipadora e da soberania nacional.
Mais que uma constatação propositalmente errônea, era a conclamação aos trabalhadores e demais camadas assalariadas e às nações que lutavam por um lugar ao sol, à mais óbvia capitulação da luta social emancipadora e da soberania nacional.
A vida demonstrou exatamente o contrário, jamais a humanidade presenciou em qualquer outra etapa da História do capitalismo uma exploração de classes com a brutalidade que assistimos nos tempos atuais e em nenhuma outra época o imperialismo, no caso o norte-americano, promoveu, com tanta impunidade, genocídios, guerras de agressão, espalhando o terror, a morte pelos continentes.
O capital financeiro desencadeou a mais violenta espoliação do mundo do trabalho gestando um modelo de civilização selvagem, da barbárie, destruindo sem o menor pudor os mais elevados valores construídos pela humanidade.
Acobertados por uma mídia hegemonizada em escala global e em cada País, o capital financeiro, os Estados Unidos da América, trataram de impor aos assalariados, às nações, a sua própria agenda, o multiculturalismo.
Cujo sentido é fomentar a ideia de que já não se trata de priorizar a luta pela soberania nacional e a emancipação social, substituindo-as por causas fragmentárias, setoriais, algumas auto-justificáveis, com o intuito de sustar a construção de projetos estratégicos de autonomia dos Países, promover o diversionismo, fragilizar a luta pela emancipação do mundo do trabalho.
A demonização de Hugo Chávez, da luta do povo venezuelano, tem essa marca de um “mau exemplo” aos povos latino-americanos porque ali se forjou uma unidade popular e um forte sentimento de luta pela soberania dessa nação sul-americana.
Sem os quais, inclusive no Brasil, os avanços serão passíveis de retrocesso, a consciência política esmaecida, a mobilização popular precária, a hegemonia conquistada incompleta, efêmera, temporária.
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