“Na escalada da imprensa contra a
presidente Dilma, agora é a revista Época, de João Roberto Marinho, que propõe
o seu silêncio; "a presidente Dilma se comporta como se soubesse
tudo", afirma o editorial da publicação, que a compara com Lula e diz que
o antecessor se saiu melhor; também neste domingo, o Estadão questiona a
capacidade cognitiva de Dilma
Aos poucos, os veículos da mídia
tradicional explicitam sua guerra à presidente Dilma Rousseff. Na semana
passada, as capas de Veja e Época, dedicadas à chamada "crise do
tomate", foram um marco importante. Neste domingo, num editorial raivoso,
o jornal Estado de S. Paulo, que enfrenta grave crise financeira, questionou a
capacidade cognitiva da presidente Dilma Rousseff.
Mas, neste fim de semana, o fato mais
importante é o editorial da revista Época, de João Roberto Marinho, dado o peso
das Organizações Globo na mídia brasileira. O texto "Menos palavrório,
Dilma", que abre a edição da semanal, é praticamente um "Cala a boca,
Dilma", na linha dos personagens Caco Antibes e Magda.
Segundo o texto, "ao transformar a
taxa de juros numa bandeira política, a presidente mina a credibilidade do
BC". Já é sabido que, por razões políticas e econômicas, a Globo trabalha
para que o Brasil chegue em 2014 com inflação alta, crescimento baixo e os
juros mais altos possíveis. Mas o editorial desta semana explicita a guerra.
Eis um trecho:
"A presidente Dilma se comporta como
se soubesse tudo. Na questão dos juros, ela deveria conter seus arroubos
voluntaristas. Toda vez que ela fala sobre o assunto, mina a credibilidade do
BC em seu papel de condutor das expectativas de inflação. O ideal seria que o
BC, à semelhança de seus similares nas nações desenvolvidas, tivesse,
assegurada em lei, independência para exercer seu papel de guardião da moeda.
Como o Brasil não amadureceu a esse ponto, o melhor seria que Dilma se mirasse
no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, na prática, deu autonomia ao
então presidente do BC, Henrique Meirelles, para tomar as medidas necessárias
para controlar a inflação. Os resultados de Lula foram, em todos os indicadores,
muito superiores aos obtidos por Dilma até aqui".
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