Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho
“Entre uma confusão e outra na sala da
Comissão de Direitos Humanos, o até outro dia obscuro pastor Marco
Feliciano, dono da Igreja Catedral do Aviamento Assembléia de Deus, deputado
federal em primeiro mandato do Partido Social Cristão (PSC), está vivendo seus
momentos de glória.
Depois de passar a semana dando entrevistas
em programas populares de televisão, Feliciano é forte candidato a ser um dos
Judas mais malhados neste Sábado de Aleluia, mas ele não se importa com isso.
A fama repentina que ganhou, atravessando
sempre sorridente e altivo os corredores poloneses armados na Câmara desde a
sua posse na presidência da comissão, deram-lhe seguidas manchetes na mídia, e
era tudo o que ele queria.
Com suas posições radicais na linha da
ultra direita comandada pelo ex-militar Jair Bolsonaro (PP-RJ), seu grande
defensor, e de ter feito declarações de racismo e homofobia, na mesma
proporção em que provocou a ira dos defensores dos direitos humanos e das
minorias, o pastor Marco Feliciano certamente não perdeu nenhum adepto da sua
igreja, fundada recentemente em Orlândia, já com várias filiais no interior de
São Paulo, e se instalando em
outros Estados _ e ainda corre o risco de multiplicar seus
votos nas próximas eleições, ganhando novos fiéis que concordam com a sua
pregação, agora amplificada.
Só se fala nele no Congresso Nacional, a
ponto de obscurecer a atuação dos novos presidentes da Câmara, Henrique Alves,
e do Senado, Renan Calheiros, recentemente eleitos, que se sentem impotentes
diante do fato consumado. Em uma das suas entrevistas.”
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