Em tempos de Feliciano, Dilma destaca na Bahia que país não tolera discriminação


Dilma afirmou que Salvador incorpora o
"orgulho do sincretismo de nossa cultura"
(Foto: Roberto Stuckert Filho. Planalto)

Sem fazer referências ao pastor e deputado, presidenta ressalta durante inauguração da Fonte Nova que o estado é um exemplo de convivência e de respeito à diversidade


Em discurso realizado hoje (5) na cerimônia de inauguração do estádio da Fonte Nova, em Salvador, a presidenta Dilma Rousseff destacou o sincretismo, a diversidade religiosa, a tolerância e a capacidade de as diferentes culturas e religiões viverem "em paz" no Brasil e particularmente na Bahia. “Neste país todas as etnias e credos religiosos vivem em paz, da mesma forma que o Bahia e o Vitória”, disse, em referência ao principal clássico do futebol baiano.

A fala vem em um momento em que o Congresso vive uma tensão provocada por declarações contrárias a grupos LGBT e à conquista de direitos sociais por pobres, negros e mulheres. Os problemas tiveram início com a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) para a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o que provocou insatisfação de setores da sociedade civil. 

Na Bahia, Dilma disse que o estado e a capital, Salvador, incorporam o “orgulho do sincretismo de nossa cultura e da nossa diversidade” e citou o bairro de Nazaré como simbólico de “nossa capacidade de conviver com a diversidade”. Ela mencionou o fato de que na região convivem a conhecida igreja Nossa Senhora do Desterro com uma sinagoga e um templo islâmico.

Fazendo uma comparação entre o Brasil de 1950 (quando foi realizada a primeira Copa do Mundo no país) e a nação de hoje, que promoverá a Copa das Confederações do meio do ano, na qual Salvador será uma das sedes, e a Copa do Mundo em 2014, ela disse que “em 2013 o Brasil é radicalmente diferente do que enfrentou a Copa de 1950. Somos uma democracia consolidada. Naquela época ainda teríamos tempos terríveis de ditadura pela frente”, lembrou. “Hoje somos uma democracia que cresce e compartilha o crescimento com cidadãos e cidadãs do país, que respeita a diversidade, que é contra a discriminação que atinge negros, mulheres, que sabe que é capaz de lutar contra todas as formas de discriminação. Somos o país que talvez melhor usou o crescimento econômico para melhorar a vida da população.”

A presidenta afirmou que uma palavra sintetiza o impacto que lhe causou o estádio quando viu a construção: “A palavra é orgulho. Dá orgulho olhar para este estádio e ver que estamos superando as expectativas. Somos o país conhecido como insuperável [dentro de campo] e estamos mostrando que somos insuperáveis fora de campo”, afirmou.

Parcerias

A presidenta destacou a parceria entre os governos do petista Jacques Wagner e federal para investimentos em mobilidade urbana para a capital baiana. Os projetos serão desenvolvidos para integrar ônibus e metrô e o plano das “vias estruturantes” com corredores e faixas exclusivas de ônibus na capital baiana.

O governo federal deve investir pelo menos R$ 1 bilhão. “Depois de 12 anos de tentativas o projeto chega a um bom resultado. Um conjunto de ações para beneficiar a economia da região e a população”, discursou.

Na fala, Dilma ressaltou a necessidade de parcerias entre governo federal, estadual e municipal para “fazer mais e melhor”. O prefeito de Salvador, eleito em 2012, é Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM). A presidenta ressaltou a “importância do voto dos baianos e soteropolitanos para a minha eleição”, quando foi aplaudida.

A Arena da Fonte Nova será inaugurada no próximo domingo, com o clássico Bahia x Vitória, o popular Ba-Vi. “Lamento não estar aqui daqui a dois dias, porque a aqui é um espaço que a gente imagina os gritos de gol; Esperamos que não dê 0 a 0 no próximo domingo”, brincou Dilma.

Ela destacou ainda que a Fonte Nova é o terceiro estádio inaugurado para a Copa das Confederações. Os outros são o de Belo Horizonte e Fortaleza. “Somos capazes de mostrar que o Brasil dará qualidade na Copa das Confederações, na Copa do Mundo e na Olimpíada”, disse.” 

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