Sob protestos, prefeitura de Chicago anuncia fechamento de 60 escolas públicas

Karen Lewis (de óculos escuros): fechamento de escolas públicas em Chicago tem motivação "racista e classista"

Medida provocou indignação e revolta entre professores e estudantes, que acusaram governo de racismo e classismo


A administração das escolas públicas de Chicago nos EUA vai fechar por tempo indeterminado 60 escolas da cidade. Com o anúncio, cerca de 30 mil crianças – em sua maioria negra e de bairros populares da cidade – não sabem onde vão estudar no próximo ano, quando a medida entrará em vigor.

A justificativa oficial da prefeitura de Chicago é que as escolas estão operando em um nível de qualidade abaixo do padrão norte-americano. A proposta é transferir os alunos para outras escolas com melhor infraestrutura e com nível mais elevado de ensino. No total, 54 escolas serão fechadas e outras 11 serão realocadas.

Além disso, o governo pretende enxugar o orçamento e economizar cerca de 560 milhões dólares nos próximos 10 anos, cortando os gastos operacionais. As medidas foram anunciadas nesta sexta-feira (22/03) em nota pelo prefeito Rahm Emanuel, que está de férias em uma estação de ski no Estado de Utah.

Imediatamente após o anúncio, centenas de moradores da cidade saíram às ruas para protestar. A medida é “racista e classista”, definiu a presidente da União dos professores de Chicago, Karen Lewis, salientando que as escolas prestes a serem fechadas ficam principalmente em bairros pobres da cidade, onde a população negra é de cerca de 80%.

Não vamos aceitar essa decisão, pois não há crise econômica ou educacional, e sim um governo querendo cortar gastos. Eles não podem virar as costas para as crianças”, afirmou Lewis a Opera Mundi. Para ela, o fechamento das escolas faz parte de um plano de precarização dos serviços públicos de Chicago. “O prefeito está matando os empregos, a qualidade de vida e, agora, chegou a vez das escolas”, reclamou.

Chicago tem atualmente o terceiro maior distrito estudantil dos EUA, com 681 escolas públicas e mais de 400 mil estudantes.”

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