Mercadante:
"alunos ficam sem garantias"
(Foto: Antonio
Cruz/ABr)
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“O ministro da Educação, Aloizio
Mercadante, disse hoje (11) que a política de cotas apresentada pelo governo de
São Paulo mantém os estudantes de escolas públicas apartados do convívio
universitário, criando exclusão no local em que deveria ocorrer a integração
social. “É uma política de cotas que mantém o aluno segregado. Se é assim, o
governador deveria adotar esse sistema para todos os alunos que quisessem
ingressar na universidade”, disse, durante conversa com jornalistas após
audiência pública na Assembleia Legislativa paulista.
Para Mercadante, não se pode dizer que a
proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB) funcione como alternativa à
política de cotas do governo federal, como argumenta a gestão tucana. “Esse
sistema de college é usado em vários países, mas de maneira diferente. Aqui os
alunos não têm garantia se vão conseguir o diploma ou o certificado no final do
curso, nem se a carga horária do curso será abatida como crédito depois que
ingressarem na universidade”, afirmou.
Baseado no college, o ensino superior dos
Estados Unidos, o programa de cotas do governo estadual também é criticado por
movimentos de promoção da igualdade racial. Os selecionados terão de fazer um
curso semipresencial de dois anos. Para ter acesso às universidades, será
necessário completar o segundo ano, com, no mínimo, média sete. No entanto, ao
final do primeiro ano de curso, os que obtiverem desempenho acima de 70% já
terão vagas garantidas nas Faculdades de Tecnologia (Fatecs). A distribuição
dos outros 60% das vagas por cotas será definida a critério de cada
universidade.
Para Mercadante, outro defeito da proposta
de Alckmin é que não há a garantia de continuidade em caso de mudança de
governo, já que não se trata de um projeto de lei, mas de uma decisão tomada
internamente, e sem que fossem ouvidos deputados e representantes da sociedade
civil. O ministro da Educação apresentou como contrário a política do governo
federal, implementada desde 2003 e que, a partir do ano passado, foi reforçada
pela aprovação de um projeto de lei que prevê que negros e indígenas tenham
direito a 50% das vagas até 2020.
“Atualmente, nas universidades federais,
12,5% dos alunos são cotistas. O desempenho dos melhores alunos cotistas é
igual ao dos alunos não cotistas.” Para se preparar para a realidade futura,
disse Mercadante, o governo federal está criando planos que viabilizem do ponto
de vista financeiro a permanência de alunos pobres, com oferecimento de
transporte e moradia, e que garantam um processo de aprendizado para aqueles
que cheguem ao ensino superior em estágio inferior aos demais estudantes.”
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