“Acabou-se a senzala do quartinho de
empregada, onde essas trabalhadoras, muitas vezes, cumpriam jornadas desumanas
que superavam 16 horas de trabalho/dia – sem direito a hora-extra. Não mais
Lula Miranda, Brasil 247
O título acima, o devido crédito seja dado, peguei emprestado do artigo de Clóvis Rossi na Folha da última quinta-feira, 28.03.2013. Rossi era um grande jornalista – eu o chamava de "mestre" –, mas começou a esculachar o Lula de tal maneira que caiu em desgraça. Mas isso é passado. Talvez ainda seja um grande jornalista, um tanto amargurado pelo ceticismo dos anos FHC, talvez. Mas como disse, isso pertence ao passado.
Passado também o tempo em que brasileiros desesperançados e desalentados deixavam o país em busca de esperança e oportunidades em outras plagas. Lembram-se desses tempos?
Tempos em que jovens oriundos da classe média, que sequer arrumavam a cama ao se levantar pela manhã em suas casas, emigraram para limpar pratos e privadas no exterior.
Hoje poderão, se assim desejarem, trabalhar como empregados domésticos aqui mesmo no Brasil, pois esse trabalho está sendo finalmente
regulamentado – apesar de sobrarem vagas para engenheiros, professores e cientistas, por exemplo. Um empregado doméstico, aqui no Brasil, poderá ganhar tão bem quanto nos EUA. Acabou-se a senzala do quartinho de empregada, onde essas trabalhadoras, muitas vezes, cumpriam jornadas desumanas que superavam 16 horas de trabalho/dia – sem direito a hora-extra. Não mais.
Um amigo dos tempos de poesia marginal, que
vive em Lisboa há mais de 15 anos, me passa e-mail perguntando/sondando como
estão as coisas aqui no Brasil, pois lá a coisa tá ficando feia. Deseja voltar.
É muito bem-vindo! E será bem recebido.
O meu amigo e todos os brasileiros, que por
força das circunstâncias se viram obrigados a deixar a sua terra natal
encontrarão, quando retornarem, outro Brasil. Um país com uma das menores taxas
de desemprego de que se tem notícia e, portanto, muitas oportunidades de
trabalho, emprego e renda.
O governo brasileiro acaba de criar um
portal para brasileiros como o meu amigo, que pretendem voltar ou estão
retornando para o Brasil – chama-se Portal do Retorno.
O curioso, mas isso eu me esqueci de contar
ao meu amigo, é que as pessoas que levaram o país àquela situação de
"pré-insolvência" da década de 1990, que jogaram milhões de
brasileiros nessa infame "diáspora da desesperança", agora se
apresentam, na maior "cara de pau", como "o novo" e dizem
que podem fazer mais pelo Brasil e pelos brasileiros.
Acredite se quiser.”
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