“Historicamente, a chamada grande imprensa
tem se colocado contra os interesses da classe trabalhadora. Como instrumento
de classe, essa mídia defende os interesses dos seus proprietários e da
burguesia. Basta dar um pequeno giro no tempo para constatar o quanto os
interesses nacionais e dos trabalhadores foram vergonhosamente combatidos. E por
isso mesmo ela se tornou conservadora, venal e golpista.
Messias Pontes, Vermelho
Ardilosamente, o baronato da mídia
manipula, deturpa, omite, mente, criminaliza os movimentos sociais e procura
incutir na cabeça dos trabalhadores que faz tudo isso para defender os próprios
trabalhadores. A repetição à exaustão de uma opinião ou de uma mentira acaba
pegando alguns incautos. Contudo essa realidade hoje é bem diferente de duas
décadas atrás .
Quando ministro do Trabalho, João Goulart decretou aumento de 100% no salário mínimo, e isso levou a velha mídia a encetar uma violenta campanha contra ele de tal magnitude que o presidente Getúlio Vargas acabou exonerando-o, porém manteve o aumento. Os coronéis golpistas apoiaram o patronato e sua velha mídia.
Uma década depois, já como presidente da República, João Goulart sancionou em 13 de julho de 1962, a Lei Nº 4.090 que criava a gratificação natalina, que ficou conhecida como o 13º salário. Esse direito foi conquistado depois de ampla mobilização de centenas de milhares de trabalhadores em todo o País. Como era de se esperar, os sindicatos e o governo Goulart enfrentaram forte oposição e, para tanto, mais uma vez a velha mídia foi usada pelo patronato.
Num editorial raivoso, o empresário Roberto Marinho, no jornal O Globo, acusou João Goulart de fazer demagogia com a nova lei e que tal iniciativa iria quebrar empresários, levar à bancarrota a economia nacional e instalar no País o caos político e social. Marinho, dono do complexo Globo de comunicação – rádio, jornal, televisão, revista, blogs -, defendeu ardorosamente o golpe militar de 1º de abril de 1964 e deu apoio incondicional à ditadura que infelicitou a Nação por longos 21 anos. Foi o único grupo de comunicação a ignorar a campanha das Diretas Já, maior movimento de massas da história do Brasil.
O apoio irrestrito e incondicional da famiglia Marinho à ditadura militar foi a retribuição às benesses às Organizações Globo, uma verdadeira fortuna proveniente dos cofres públicos para fortalecer o grupo midiático que na prática era o maior porta-voz dos ditadores. A intervenção da ditadura nos sindicatos laborais e nas centrais sindicais sempre contou com o apoio da Rede Globo que tratava as lideranças dos trabalhadores como baderneiros e agitadores.
Agora o jornal Folha de São Paulo abre manchete neste domingo 3 se posicionando, mais uma vez, contra os trabalhadores: “Programa social consome a metade dos gastos federais”.
Descaradamente, diz que “a política econômica do governo Dilma não passa de uma bolha de consumo atrelada à ‘enorme bolsa esmola’, ao custo de R$ 405,2 bilhões. Também condenou o que chamou de reajuste abusivo do salário mínimo. Considerar o reajustamento do salário mínimo abusivo é, na realidade, a maior piada do ano, e a prova cabal de que, mais uma vez, o jornal da famiglia Frias sempre atuou contra o trabalhador brasileiro.
O baronato da mídia sempre defendeu a manutenção do status quo favorável às elites econômicas do País. Isto porque um povo miserável é mais fácil de ser manipulado, e a miséria foi o principal caldo de cultura dos currais eleitorais. Com o Programa Bolsa Família, criado inicialmente com o nome de Programa Fome Zero, a miséria no Brasil foi reduzida em 80%. Hoje o Bolsa Família beneficia diretamente 14 milhões de famílias que deixaram a faixa de extrema miséria.
Diz o adágio popular que o tempo é o senhor da história. E a história tem mostrado que com o aumento do salário mínimo em 100% no Governo Vargas, da instituição do 13º salário, no governo Jango e do aumento real do salário mínimo nos governos Lula e Dilma, não houve quebradeira de empresas nem foi instalado o caos econômico e social como apregoava a velha mídia conservadora, venal e golpista.
É muito ódio ao trabalhador!”
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