Ricardo
Kotscho, Balaio do Kotscho
“O Supremo Tribunal Federal marcou para
quarta-feira a sessão em que deve liberar a votação do Orçamento da União, mas
o governo não tem pressa para que isto aconteça ainda esta semana.
Da mesma forma, deve ficar para meados de
março a minirreforma ministerial.
O motivo nos dois casos é o mesmo: dar
tempo ao tempo para administrar as pressões dos partidos por mais espaço na
Esplanada dos Ministérios e cuidar antes da liberação de verbas das chamadas
emendas parlamentares, que é o que está emperrando a votação do Orçamento desde
o ano passado.
A presidente Dilma já estava mesmo
empurrando a reforma ministerial para março e agora ganhou um bom motivo:
atender ao vice-presidente Michel Temer, que pediu para só fazê-lo após a
convenção do PMDB, marcada para o início do próximo mês.
Está acertado que o PMDB mineiro deverá
ganhar uma vaga pelo apoio que deu ao PT em Belo Horizonte nas
eleições municipais e também porque é de lá o principal candidato da oposição,
até agora, o senador Aécio Neves, que anda cortejando o partido de Temer para
embarcar na canoa tucana.
Como em outros casos, o problema é
encontrar o nome, tarefa que foi dada ao próprio Temer e ao ministro da
Indústria e Comércio, o mineiro Fernando Pimentel.
Dilma gostaria muito de atender a uma
sugestão do ex-presidente Lula para dar algum ministério ao PR. Chegou a
conversar com o senador e ex-governador do Mato Grasso Blairo Maggi, mas os
republicanos não aceitaram a indicação dele. E não é fácil encontrar outro
nome.
Que ninguém espere grandes surpresas, já
que a reforma deve ficar nisso: um ministério para o PMDB mineiro, um para o PR
e um ou dois para o PSD de Gilberto Kassab, que conta com a quarta maior
bancada na Câmara, e pode compensar a eventual saída do PSB da base aliada para
tentar um vôo próprio com Eduardo Campos já em 2014.
Até as dez horas da manhã desta
segunda-feira, pelo menos, tudo indicava um cenário de calmaria, sem fortes
emoções, para a semana política em Brasília.”
Foto: Juan Pratginestós
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