Luiz Carlos Azenha, Vi o Mundo
“Lembra-se da
crise da febre amarela, Eduardo Guimarães?
E a da gripe suína, que
afetaria 67 milhões de brasileiros em oito semanas?
Sem falar no caos aéreo, logo depois que Lula
derrubou um avião e foi acusado de homicida — por um psicanalista! — na
capa da Folha de S. Paulo.
Mal 2013 começou e estamos de volta às
crises em série, que devem continuar até as eleições de 2014.
Bem que o Marcos Coimbra avisou.
Ele também alertou que o maior risco para
Dilma nas eleições do ano que vem está na organização — ou falta de — da Copa
do Mundo.
O que muito nos diz sobre a pobreza do
debate político no Brasil.
Não que eu acredite na qualidade gerencial
dos governos brasileiros — federal, estaduais ou municipais.
Mas as crises, estas são artificiais,
bombadas politicamente pela mídia. Não há, por exemplo, “crise do transporte
público” em São
Paulo. Talvez ela seja descoberta agora que Fernando Haddad,
do PT, assumiu a Prefeitura.
Porém, o leitor dos jornalões paulistas
talvez já esteja estocando velas em casa, à espera do racionamento líquido e
certo de energia elétrica.
Racionamento que vai ao coração da
capacidade gerencial de Dilma Rousseff: ela foi a responsável pela reforma do
setor no primeiro mandato de Lula.
Dilma saiu pela tangente no debate sobre o
julgamento do mensalão, que fulminou José Dirceu. Talvez tenha sido pega de
surpresa, mesmo, pelo caso Rosemary Noronha, que abalou o ex-presidente Lula. Ou
não.
Quem conhece a federação de interesses que
sempre foi o PT especula que, ainda que não torça nem colabore com isso, Dilma
sai fortalecida pelo enfraquecimento relativo de Dirceu e Lula.
Isso não significa, no entanto, que terá
qualquer refresco nas campanhas midiáticas.
Elas “coincidem” — assim, por acaso — com a
apresentação de Aécio Neves como o autor de um bem sucedido choque de gestão em Minas Gerais.
Dilma fugiu da política para o debate da
“eficiência”. É lá que os tucanos e a oposição midiática pretendem perseguí-la.
PS do Viomundo:
A propósito do artigo de Marcos Coimbra que toca na questão da Copa do Mundo,
a Folha já fez até uma pesquisa demonstrando que 76% dos entrevistados
acreditam existir corrupção na construção dos estádios. É por aí que o bumbo
vai tocar.”
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