“Um dos militantes políticos mais ativos da
internet brasileira, o ator José de Abreu decide se filiar ao PT e será âncora
dos próximos programas do partido; com o apoio do ex-presidente Lula, ele
tentará ser deputado federal, mas uma de suas principais missões é ajudar a
eleger Lindbergh Farias governador do Rio em 2014; ao 247, ele falou sobre a
decisão: "O PT precisa reconquistar os intelectuais, os artistas e a
juventude"; segundo ele, "enquanto a esquerda se distraiu, a direita
se organizou"
Com mais de 72 mil seguidores no Twitter, o
ator José de Abreu é hoje um dos principais militantes políticos brasileiros. Incansável,
ele divide o tempo em atuação no teatro e nas novelas, como em Avenida Brasil, com
sua tribuna nas redes sociais, que é, inegavelmente, uma das mais influentes do
País. Agora, ele está prestes a se reinventar mais uma vez. Quinze dias atrás,
numa conversa com o ex-presidente Lula, o ator global decidiu se filiar ao PT e
irá concorrer ao cargo de deputado federal, em 2014. "Chegou a hora de uma
ação política direta", disse ao 247.
Suas primeiras missões já começam a ser
desenhadas. Abreu será o âncora dos programas do PT no Rio de Janeiro e deverá
iniciar uma caravana pelo interior do estado, acompanhado do senador Lindbergh
Farias (PT-RJ). Inspirado nas caravanas da cidadania de Lula, Lindbergh promete
visitar todos os municípios do Rio, para tentar quebrar a hegemonia do PMDB e
se eleger governador em 2014.
Zé de Abreu, no entanto, tem uma agenda
própria. "Nos últimos anos, o PT se distraiu em relação aos artistas e
intelectuais", afirma. "É preciso reconstruir essa ponte".
Ele recorda que, em 1989, praticamente todos os artistas da Globo aderiram ao
"Lula-lá". Hoje, diante do massacre midiático decorrente do mensalão,
mesmo os que ainda se identificam com o PT, se escondem.
Nas redes sociais, o ator percebe um
movimento em gestação. "Há espaço para uma nova agenda, muitos estão
descontentes com o discurso único". Nos grandes jornais, por exemplo, José
de Abreu nota que todos os colunistas, de uma forma ou de outra, são ligados ao
Instituto Millenium, que abraça nomes como Merval Pereira, Marco Antonio
Villa, Guilherme Fiúza e Carlos Alberto Sardenberg, entre tantos outros. "Enquanto
a esquerda se distraiu, a direita se organizou", afirma Zé de Abreu. "E
o resultado foi uma guinada conservadora no pensamento do País".
Em relação à Globo, Abreu já fez uma
consulta para manter seu contrato, mas numa espécie de licença não remunerada,
podendo voltar ao Projac depois de exercer um eventual mandato ou de,
simplesmente, concorrer. "Difícil vai ser me acostumar com o terno",
afirma. "Mas eu gosto muito da agitação de Brasília".
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