O jornalista
inglês publicou informações sem checar se eram ou não mentirosas. Agora terá
que se retratar publicamente
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“O diário conservador inglês Financial Times (FT) precisará se retratar, publicamente, em relação à matéria publicada nesta sexta-feira, sob o título Lula’s ‘loot’: not much to look at (‘O butim de Lula: não há muito o que se observar‘, em tradução livre), em que atribui ao ex-presidente brasileiro imóveis que nunca lhe pertenceram. A resposta chegou nesta terça-feira, pela equipe de comunicação do Instituto Lula.
A notícia, assinada pelo editor-chefe da Editoria de Brasil do FT, Joseph Leahy, que já publicou outras matérias negativas em relação ao país, associa o nome do antecessor da presidenta Dilma Rousseff ao escândalo do ‘mensalão’. “Lula sempre negou qualquer conhecimento sobre o esquema. Agora os pedidos de investigação estão aumentando, sob alegações de que o ex-presidente recebeu dinheiro do ‘mensalão’ para uso pessoal”, alega o redator.
O FT teve acesso às informações não confirmadas sobre o ex-presidente, que vazaram na rede na semana passada, e não se deu ao trabalho de checar se a fonte era confiável. “Endereços de propriedades, números de telefones, empresas registradas em seu nome e documentos foram divulgados no Twitter”, escreveu o jornalista que cometeu o erro. A matéria atribui, ainda, quatro imóveis, que seriam de Lula, e reproduz imagens do Google Maps das fachadas dos bens.
A propriedade “mais respeitável”, segundo a publicação, fica situada em um condomínio em São Bernardo do Campo (SP). Trata-se, na realidade, do único imóvel que realmente pertence ao ex-presidente, segundo a assessoria de imprensa do Instituto Lula. Além deste, o texto cita uma casa em um “bairro não muito salubre” de São Bernardo, outra “humilde” em Sertãozinho, interior de São Paulo, que precisa de “uma mão de tinta” e a terceira em Natal, em uma região que “você não gostaria de passear à noite, especialmente quando uma busca no YouTube mostra vídeos de homicídios e outros problemas sociais”.
O FT acrescentou que a fonte à qual consultaram, sem qualquer preocupação quanto à veracidade das informações divulgadas, a despeito de incriminar o ex-presidente – que tem sido taxado de “ladrão” pela direita brasileira – confirma que, mesmo se tivesse aquele patrimônio alegado, não seria nada de mais para quem tem mais de 30 anos de vida pública.
A matéria também não avançou sobre os imóveis subvalorizados que pertenceriam ao senador Aécio Neves (PSDB) no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Embora o líder tucano tenha um apartamento no Leblon e outro em Ipanema (entre outros imóveis em BH e Nova Lima, além da Rádio Arco-Íris), Aécio declarou um patrimônio de pouco mais de R$ 600 mil em sua última prestação de contas à Justiça Eleitoral.”
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