“Artista da sinceridade, líder dos
Racionais MC´s e morador da periferia de São Paulo ganha prêmio Santo Dias da
Silva de Direitos Humanos; em plena Assembléia
Legislativa, diz que governador de São Paulo "autorizou
a matar" e vai entrar para a história como quem "usou a morte como
instrumento de domínio"; mais de 200 civis morreram em 2012, na capital
paulista, em confrontos com a polícia; vídeo
Mano Brown, líder do grupo de rap Racionais
MC´s, avesso a fanfarras e ídolo na periferia de São Paulo desabafou. Um
desabafo compreensível. Mais de 200 civis, a grande maioria nos bairros mais
pobres da capital e, também, da raça negra tiveram morte violenta ao longo de
2012. Um recorde acompando de outro – o abatimento de mais de 100 policiais
militares, no mesmo período, nas mesmas regiões. "Alckimin é o governador
das chacinas, tá marcado na história", definiu o músico e poeta popular
durante o recebimento, na semana passada, do prêmio Santo Dias da Silva de
Direitos Humanos O discurso se deu em plena Assembléia
Legislativa do Estado de São Paulo. O nome do prêmio é uma
homenagem a metalúrgico comunista morto pela PM, na década de 1970, durante uma
greve da categoria na capital. Santo estava desarmado.
"Alckmin é o governador que usou a morte como instrumento de domínio", disse Brown, que, mesmo com o sucesso e a fama, não se afastou da periferia da capital. "Estou assistindo a um genocídio de perto".
Sem ter despertado qualquer pronunciamento da parte do governo paulista, Brown afirmou que Alckmin é o governador "que autorizou a matar". As estatísticas lhe dão, ao menos, o benefício da dúvida. "Fico pensando como o Brasil, que está prestes a entrar no G8 ou G20, sei lá, nos mais mais, permite que a maior cidade da América Latina tenha 20 mortes por fim de semana? Sendo que a mídia não mostra a realidade dos fatos, as informações são distorcidas, os nomes são trocados. E a gente está assistindo como se fosse guerra de quadrilha, uma delas com a autorização do governo".
No entedimento do rapper, o governador de São Paulo, em razão dos resultados de sua política de segurança, é carta fora do baralho na sucessão presidencial de 2014.
"Eu consideraria esse plano de governo do Alckmin suicida se ele quer ser presidente do Brasil".
Para Brown, o ex-prefeito da pequena Pindamonhangaba deveria sofrer um processo de impeachment. "O que temos que fazer realmente é um impeachment". Repita-se: até aqui, quase uma semana depois do discurso, Alckmin não viu motivos para responder o artista da siceridade.”
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