“Ex-presidente e principal articulador
político dos tucanos pede definição rápida sobre a candidatura do senador
mineiro para começar agora mesmo a campanha pela Presidência em 2014. Fiel ao
estilo do avô Tancredo de deixar as coisas para o último momento, e apenas se
for um nome de consenso, Aécio Neves vai aceitar o desafio e partir para a
briga já?
Heberth Xavier, Minas 247 / Brasil 247
Se depender do ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, o senador mineiro Aécio Neves deveria lançar-se candidato do
PSDB ao Palácio do Planalto hoje mesmo. Em entrevista à Folha de São Paulo (leia a íntegra) e ao portal UOL, FHC, hoje o principal
articulador político dos tucanos no país, defendeu que o senador e
ex-governador de Minas saia em campanha já: "A ideia de que você precisa
esperar, porque vai ser desgastado, não adianta", disse Fernando Henrique.
O discurso esbarra em dois problemas. Um,
reconhecido pelo próprio FHC, está no PSDB. Na entrevista à Folha, o próprio
ex-presidente reconhece que não há consenso em torno de um nome no partido. "Está
bom, o Serra também quer ser? Vai ser. Briguem", afirmou.
O outro obstáculo vem do próprio Aécio
Neves. Fiel ao estilo do avô Tancredo Neves, o ex-governador mineiro não gosta
muito de entrar em bola dividida. Por isso mesmo, colecionou vitórias nas
últimas eleições mineiras, sempre lançando seu nome de forma praticamente
consensual. Como sabe que, hoje, a presidenta Dilma Rousseff é favorita em
2014, Aécio tem feito discursos nacionais e de oposição ao PT no plano federal,
mas nunca assumindo diretamente a intenção de concorrer ao cargo máximo. Até
porque sabe que tem a alternativa de voltar ao governo mineiro como candidato
quase imbatível.
"Eu acho que nossos políticos precisam
voltar a tomar partido em bola dividida. A busca das coisas concensuais mata a
política", defendeu FHC. Só que consenso, como se sabe, é algo que Aécio
quase sempre busca. Vai ser diferente agora? Para o ex-presidente, os discursos
que o senador tucano tem feito no Congresso não são suficientes para colocá-lo no
páreo: "Falar, fazer conferência, viajar. Eu acho que nossos políticos
precisam, cada vez mais, voltar a tomar partido, em bola dividida. A busca das
coisas consensuais mata a política. (...) E mesmo se for o caso de ser
candidato, que diga que é".
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