Luana Lourenço, Agência Brasil
“A presidenta Dilma Rousseff disse hoje
(17) que a defesa dos direitos humanos é um assunto importante não apenas para
seu governo, mas uma preocupação pessoal, por ser parte de uma geração que teve
a liberdade restrita pelo Estado.
“O assunto, além de ser importante
nacionalmente, me comove porque a minha geração sentiu na carne o abuso de
poder, a truculência do Estado, e sabe como é importante, fundamental, o
respeito pelos direitos humanos e, mais do que isso, sabe que esse é o pilar
fundamental de uma sociedade”, disse a presidenta em discurso durante a entrega
do 18º Prêmio Direitos Humanos.
Após entregar o prêmio a 17 personalidades
e entidades homenageadas nesta edição, Dilma pediu que os premiados não se
deixem abater e continuem lutando em defasa dos direitos humanos.
“Sei que a luta é difícil, sei que impõe
sacrifícios, sei que às vezes é incompreendida e sei que nem sempre é conhecida
e reconhecida e muitas vezes não é apoiada. Sei que em muitos momentos, cada um
de vocês se sente só, como se tivesse enfrentando moinhos de vento
intransponíveis, mas este prêmio e esta homenagem servem para dizer duas
coisas: primeiro, que vocês não estão sós e, segundo, que vocês conseguiram
que, até aqui, vocês foram vitoriosos”, disse.
O prêmio é entregue pela Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência da República a pessoas e entidades que tenham
se destacados na promoção dos direitos humanos em todo o país. Entre os
premiados desta edição, estão os bispos dom Pedro Casaldáliga e dom Tomás
Balduíno, reconhecidos com uma homenagem especial pela defesa de direitos dos
índios.
Dom Tomás Balduíno é fundador do Conselho
Indigenista Missionário (Cimi) e atualmente é bispo emérito de Goiás, onde
continua trabalhando em defesa de comunidades indígenas.
Casaldáliga é conhecido pelo trabalho em
comunidades indígenas na região de São Félix do Araguaia (MT). Ele recebeu
diversas ameaças de morte por atuar em defesa dos índios da região e teve que
ser retirado de sua casa para local desconhecido depois que uma decisão
judicial a favor dos índios xavantes tornou o clima mais tenso no município
matogrossense.
Durante o discurso, a presidenta disse que
o governo está trabalhando para garantir a proteção do religioso. “Dom Pedro
Casaldáliga e dom Tomás Balduíno são dois homens que o Brasil aprendeu a
admirar e dos quais eu me orgulho de ser contemporânea. Faço questão de
informar que o Estado se manterá dedicado com todos os meios de forças policiais
e civis disponíveis para garantir sua segurança e proteção”, declarou.
O jornalista Tim Lopes, morto em 2002 por
traficantes, foi homenageado na categoria Mídia e Direitos Humanos. Também
foram premiadas iniciativas ligadas a assistência a pessoas em situação de rua
e a crianças e adolescentes, erradicação do trabalho escravo, enfrentamento à
violência e à tortura, entre outros.
A presidenta listou ações do governo em
defesa dos direitos humanos, entre elas o Programa Viver sem Limites, para
pessoas com deficiência; a implementação da Lei de Acesso à Informação; o
início dos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade; e o Brasil Carinhoso,
segundo ela, “o programa mais importante” de sua gestão. “Não há atentado maior
aos direitos humanos do que a destruição do futuro das crianças pobres de um
país, que têm seu futuro comprometido porque teve o infortúnio de nascer em uma
família pobre”, disse.
Os ministros das Relações Exteriores,
Antonio Patriota, da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, da Secretaria-Geral
da Presidência, Gilberto Carvalho, e da Secretaria de Políticas para as
Mulheres, Eleonora Menicucci, também participaram da premiação.”
Comentários