Alternativa ao totalitarismo


Após a debacle da União Soviética e do chamado campo socialista europeu a humanidade viu surgir um outro tipo de civilização que apesar de herdar elementos capitalistas fundamentais da etapa anterior caracteriza-se por modificações substanciais nas relações econômicas, geopolíticas, sociológicas e ideológicas.

Eduardo Bomfim, Vermelho


Mesmo com a presença de um significativo campo distinto ao sistema estabelecido, especialmente a China e outros Países de projetos socialistas, além dos Países emergentes, os BRICS, novo polo global alternativo à hegemonia das nações capitalistas centrais, ainda é determinante a nova ordem mundial consolidada definitivamente em escala planetária no início dos anos noventa do século passado.

Uma dominação brutal, avassaladora, atingindo todos os continentes, destruindo sistematicamente conquistas arduamente alcançadas durante os últimos sessenta e sete anos desde o final da segunda guerra mundial, especialmente nos Países de capitalismo avançado em virtude das lutas dos trabalhadores e demais camadas assalariadas mas também como estratégia à crescente influência das ideias sociais provenientes do campo socialista que em seu apogeu contabilizava dois terços da humanidade.

Nessas circunstâncias havia uma intensa polarização ideológica, permanente luta política, consideráveis espaços para movimentos de longo curso, como dos não alinhados, lutas de libertação contra o neocolonialismo, por caminhos nacionais soberanos, independentes.

Nesse período foi intensa a vida intelectual em todos os aspectos, filosófico, artístico, científico, e havia no ar uma convicção no progresso como condição essencial ao futuro da humanidade.

Com a hegemonia da nova ordem mundial neoliberal, após o final da guerra fria que custou aos EUA parte fundamental da sua atual dívida pública interna, impôs-se a destruição do espírito libertário dessa época, em seu lugar emergiu um tipo de civilização baseada na deificação do mercado global, do indivíduo sob tutela, na liberdade sub judice direcionada ao consumo.

Essa ordem mundial totalitária que escraviza a força de trabalho internacionalizada está conduzindo a humanidade a uma crise econômica, multilateral, inigualável e que apesar de ainda dominante encontra-se exaurida com claros sinais de contestação das nações, dos trabalhadores, em luta por uma alternativa de civilização renovada, emancipadora, democrática.”

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