Urariano Mota, Direto da Redação
“Às vezes penso que os textos necessários
são os que escrevemos contra a vontade. Que são desconfortáveis para quem
escreve. Textos em que, mesmo segurando a mão, vêm pesados mais do que
deveriam. Como imagino ser este de hoje, sobre a colunista Danuza Leão.
Um mal inescapável nas pessoas famosas é
que elas envelhecem em
público. A sua decadência física, quando se expõem em imagem,
dá na gente um travo, porque será assim que envelheceremos. A sua decadência
humana, quando se expõem em obras, nos dá repugnância e raiva, porque mostram
que passaram do ponto de morrer como pessoas. Dilataram o tempo de forma
desonrosa. Danuza Leão envelheceu assim, de modo duplo, no corpo e no espírito.
Entendam, por favor. Se a velhice física é
uma lei biológica, a velhice da alma, não. Há homens que envelhecem tão bem na
sua revolta, no seu ânimo, que deles não se pode dizer que são velhos
irreconhecíveis para o que foram quando jovens. Penso em Niemeyer, no vigor dos
seus 104 anos, a receber aulas de filosofia, a reclamar no hospital porque
deseja voltar ao trabalho. Penso em Tosltói, que na idade em que os escritores
se aposentam, escreveu um conto como Depois do Baile.... Mas que imensa
bobagem. Lembro Tolstói e Niemeyer, quando o assunto é Danuza Leão. Que
descabida desigualdade, que disparate.”
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