Mauricio Dias, CartaCapital
É curioso destacar o resultado da sondagem espontânea: Dilma foi lembrada por 26% dos eleitores e Lula vem logo após, com 19% das menções. José Serra teve 4% de citações e Marina Silva, 2%. Ambos beneficiados pelo recall da disputa de 2010. Aécio Neves foi citado espontaneamente por 3%.
Aécio e Campos, ressalve-se, são pouco conhecidos. Dilma, dois anos antes da vitória, em 2010, também não existia. Lula fez a diferença.
Tabela inédita da pesquisa Ibope mostra a tendência e a lógica da distribuição das intenções de voto por região. A presidenta Dilma cresceu em todas as regiões e, como já se sabia, alcançou melhor apoio do eleitorado do Sul do País do que Lula.
Marina tem bom desempenho na área dela: os rincões do Norte/Centro-Oeste, Aécio Neves desponta no Sudeste, onde mora e faz política, e Eduardo Campos, com base em Pernambuco, é melhor no Nordeste.
Os petistas, em 2010, conseguiram quase 17,5 milhões de votos. Um número superado, por pouco, se somados os votos do PSDB (13,9 milhões) e DEM (4,5 milhões), os dois partidos que, organicamente, mais expressam a reação conservadora. Nessa conta, a grande diferença é que o PT cresceu quase 4,5%. Pouco em relação a 2008.
“Acostumada a se regalar com o controle do
poder no Brasil, a oposição conservadora vive horas, dias, semanas, meses e,
para ser mais exato, dez anos de desespero. E ainda pode ficar sem perspectiva
por mais seis se aos dois anos restantes do primeiro mandato de Dilma
Rousseff se somem outros quatro, em caso de reeleição da presidenta.
Pesquisa do Ibope, realizada entre 8 e 12
de novembro, aponta a dimensão da dificuldade da oposição numa disputa com ela.
Está marcada para perder nas condições de agora. Ressalve-se, é claro, uma
hecatombe política ou econômica e, ainda, uma interferência inesperada como,
por exemplo, a do “Sobrenatural de Almeida”, personagem das elucubrações
ficcionais de Nelson Rodrigues, especialista em criar surpresas.
Caso a eleição fosse hoje, mostra o Ibope,
Dilma esmagaria todos os potenciais adversários ainda no primeiro turno. Ela
obteve 58% das intenções de voto, contra 11% de Marina Silva (sem partido), 9%
de Aécio Neves (PSDB) e 2% de Eduardo Campos (PSB).
É curioso destacar o resultado da sondagem espontânea: Dilma foi lembrada por 26% dos eleitores e Lula vem logo após, com 19% das menções. José Serra teve 4% de citações e Marina Silva, 2%. Ambos beneficiados pelo recall da disputa de 2010. Aécio Neves foi citado espontaneamente por 3%.
Aécio e Campos, ressalve-se, são pouco conhecidos. Dilma, dois anos antes da vitória, em 2010, também não existia. Lula fez a diferença.
Tabela inédita da pesquisa Ibope mostra a tendência e a lógica da distribuição das intenções de voto por região. A presidenta Dilma cresceu em todas as regiões e, como já se sabia, alcançou melhor apoio do eleitorado do Sul do País do que Lula.
Marina tem bom desempenho na área dela: os rincões do Norte/Centro-Oeste, Aécio Neves desponta no Sudeste, onde mora e faz política, e Eduardo Campos, com base em Pernambuco, é melhor no Nordeste.
Tudo é possível a dois anos da disputa para
a Presidência. A oposição percebeu, no entanto, que para construir uma
candidatura viável para 2014 tem de começar agora. E o ambiente político
reflete claramente a disputa pelo poder. Uma disputa não necessariamente tendo
em vista a conquista de votos, já que a maioria do eleitorado não abandonou o
PT, como se viu na eleição municipal.
Os petistas, em 2010, conseguiram quase 17,5 milhões de votos. Um número superado, por pouco, se somados os votos do PSDB (13,9 milhões) e DEM (4,5 milhões), os dois partidos que, organicamente, mais expressam a reação conservadora. Nessa conta, a grande diferença é que o PT cresceu quase 4,5%. Pouco em relação a 2008.
No
mesmo período, entretanto, o PSDB e o DEM encolheram. A queda dos tucanos foi
pequena (4,18%), mas, a do DEM foi superior a 50%.
A oposição, desnorteada por isso e,
principalmente, sem programa alternativo, tem dificuldade para encontrar um
candidato. Esgotaram-se as opções paulistas. José Serra perdeu duas vezes. Uma
vez perdeu Alckmin. O mineiro Aécio Neves se oferece. O pernambucano Eduardo
Campos vacila.
Isso projeta o ciclo Lula-Dilma ao menos
por mais quatro anos, se não for interrompido abruptamente. Isso porque o
desespero, quando não leva ao suicídio, empurra o desesperado para o crime.”
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