PF prende 33 em operação contra venda de dados sigilosos

Folha de S. Paulo

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OPERAÇÃO DURKHEIM

“A investigação da operação Durkheim começou em setembro de 2009 com a apuração sobre um caso de suicídio de um policial federal em Campinas, que apontou a possível utilização de informações sigilosas, obtidas em operações policiais, para extorquir políticos, suspeitos de envolvimento em fraudes em licitações.

Segundo o inquérito, as duas organizações atuam em paralelo e de modo independente, mas tinham elo sobre uma pessoa investigada, que atuava com os dois grupos suspeitos.

A PF informou que foi descoberta uma grande rede de espionagem ilegal, composta por vendedores de informações sigilosas que se apresentam ao mercado como detetives particulares, e por seus fornecedores, pessoas com acesso aos bancos de dados sigilosos, como funcionários de empresas de telefonia, bancos e servidores públicos.

A assessoria da PF informa que entre as vítimas do esquema há políticos, desembargadores, uma emissora de televisão e um banco.
Já a outra organização enviava dinheiro ao exterior por meio de atividades de câmbio sem autorização do Banco Central, apontam as investigações.

O nome da operação é uma referência ao intelectual francês Durkheim, que é um dos pais fundadores da sociologia e escreveu o livro "O Suicídio", em alusão aos fatos que deram início à investigação.

Participam da operação de hoje cerca de 400 policiais federais para o cumprimento de 33 mandados de prisão, 34 mandados de coerção coercitiva (quando a pessoa é trazida para prestar depoimento e depois liberada) e 87 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo. A PF informa que 67 pessoas serão indiciadas.

Os investigados podem responder pelos crimes de divulgação de segredo, corrupção ativa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, realizar interceptação telefônica clandestina, quebra de sigilo bancário, formação de quadrilha, realização de atividade de câmbio sem autorização do Banco Central, evasão de divisa e lavagem de dinheiro, com penas de 1 a 12 anos de prisão, segundo a PF.”

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